
Trump mira importação de madeira e pode impactar Brasil
Nova investigação tarifária amplia tensões comerciais e ameaça exportadores
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou uma nova investigação que pode resultar em tarifas sobre a importação de madeira serrada, uma medida que pode afetar diretamente o Brasil. Essa é a terceira iniciativa do tipo em apenas uma semana, reforçando a política protecionista do governo americano.
Segundo o assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro, a decisão visa combater a prática de grandes exportadores como Canadá, Alemanha e Brasil, que estariam “inundando o mercado americano com madeira a preços desleais, prejudicando a economia e a segurança nacional dos EUA”.
Investigação pode ampliar tarifas já existentes
A investigação será conduzida pelo Departamento de Comércio sob a Seção 232 da Lei de Expansão do Comércio de 1962, a mesma legislação utilizada por Trump para impor tarifas ao aço e alumínio no passado. O estudo abrange produtos derivados da madeira serrada, incluindo móveis e armários de cozinha.
A Casa Branca também anunciou medidas para impulsionar a produção doméstica de madeira, incluindo a facilitação de licenças para extração em terras públicas e a coleta de árvores caídas em florestas e rios. Além disso, novas diretrizes ambientais devem acelerar a liberação de projetos florestais.
Impacto para exportadores e mercado global
O governo americano argumenta que a dependência crescente de madeira importada representa um risco à segurança nacional, já que as Forças Armadas dos EUA utilizam grandes quantidades do material para construção.
Embora não tenha sido especificado um percentual para possíveis novas tarifas, Trump mencionou recentemente a possibilidade de uma taxa de 25% sobre madeira e produtos florestais. Caso seja confirmada, essa taxa se somará às tarifas antidumping e antissubsídios de 14,5% já aplicadas sobre a madeira canadense.
A decisão também ocorre em meio a uma escalada tarifária contra Canadá e México, com a entrada em vigor, nesta terça-feira, de uma taxa de 25% sobre todos os produtos desses países, a menos que adotem medidas mais rígidas contra o tráfico de fentanil.
A nova ofensiva comercial segue outras iniciativas recentes de Trump, como a investigação sobre as importações de cobre e a retomada de tarifas contra países que taxam serviços digitais de empresas de tecnologia americanas, atingindo nações como Canadá, França, Reino Unido e Índia.
O impacto para o Brasil ainda é incerto, mas especialistas alertam para possíveis represálias comerciais e reflexos na exportação de madeira e derivados.