
Trump quer reabrir Alcatraz: prisão lendária vira símbolo de sua promessa de “Lei e Ordem”
Fechada há mais de 60 anos, a prisão localizada em uma ilha de São Francisco pode voltar a funcionar por ordem de Trump, que quer trancafiar ali os criminosos mais violentos dos EUA.
Em um anúncio que surpreendeu até os mais céticos, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou neste domingo (4) que ordenou a reabertura e ampliação da histórica prisão de Alcatraz — famosa por ser praticamente impossível de escapar. A penitenciária, desativada desde 1963 e hoje um popular ponto turístico na Califórnia, seria, segundo Trump, a solução para conter o que ele classificou como uma “onda de criminalidade brutal e reincidente”.
“Durante muito tempo, nosso país tem sido refém de criminosos cruéis, violentos e sem redenção. Quando os Estados Unidos eram mais sérios, nós sabíamos o que fazer com esse tipo de gente: prendíamos e mantínhamos bem longe do convívio social. Precisamos voltar a esse tempo”, declarou Trump em sua plataforma Truth Social.
Segundo o ex-presidente, a nova Alcatraz seria completamente reformada e ampliada para receber o que ele chamou de “os piores e mais perigosos criminosos dos Estados Unidos”. Para ele, a prisão se tornaria um símbolo de autoridade, disciplina e justiça. A medida, porém, surge em meio a uma série de polêmicas, como a tentativa recente de enviar membros de gangues para prisões em El Salvador — sem qualquer tipo de julgamento nos EUA.
Além disso, Trump ordenou a abertura de um novo centro de detenção na base de Guantánamo, em Cuba, com capacidade para até 30 mil presos estrangeiros considerados de “alta periculosidade”.
A proposta de reviver Alcatraz ocorre em um momento de radicalização do discurso de segurança pública. Embora existam hoje pelo menos 16 presídios de segurança máxima nos EUA — como Florence, no Colorado, e Terre Haute, em Indiana — a escolha por Alcatraz, com sua mística e passado cinematográfico, carrega forte valor simbólico.
Alcatraz funcionou por apenas 29 anos e foi desativada por questões logísticas e financeiras: era extremamente caro manter uma prisão numa ilha isolada. Ainda assim, tornou-se lendária pelas histórias de prisioneiros notórios, como o mafioso Al Capone, e pelas tentativas de fuga cinematográficas — como a que inspirou o filme “Fuga de Alcatraz”, estrelado por Clint Eastwood.
O Departamento de Prisões dos EUA já se pronunciou dizendo que seguirá qualquer ordem presidencial. Mas, como em tudo que envolve Trump, a decisão pode desencadear embates legais e debates acalorados sobre os limites da autoridade presidencial e os direitos humanos.