
Trump segura controle da Guarda Nacional na Califórnia mesmo após decisão judicial
Presidente mantém tropas federais nas ruas durante protestos contra batidas migratórias; apelação adia retorno do comando ao governador Gavin Newsom
Apesar de uma decisão judicial que declarou ilegal o envio de tropas federais para conter protestos na Califórnia, o ex-presidente Donald Trump garantiu, ao menos temporariamente, a continuidade do controle da Guarda Nacional no estado. Uma apelação apresentada pelo Departamento de Justiça suspendeu provisoriamente a ordem que exigia a devolução do comando ao governador democrata Gavin Newsom. O impasse será reavaliado na próxima terça-feira (17).
Na quinta-feira (12), o juiz federal Charles Breyer ordenou que Trump devolvesse imediatamente o controle da Guarda ao governo estadual. Em sua sentença, Breyer foi direto: “As ações do presidente foram ilegais”. Segundo o magistrado, os protestos não configuram uma situação de rebelião como alegado pela Casa Branca, e por isso não justificariam o envio de tropas federais.
O Departamento de Justiça reagiu duramente, alegando que a decisão do juiz interfere gravemente na autoridade constitucional do presidente como comandante-em-chefe das Forças Armadas. A resposta foi rápida: uma corte de apelações interveio e suspendeu a decisão, permitindo que Trump continue comandando as forças até que o caso seja analisado novamente.
Enquanto isso, os protestos se intensificam. Já são cinco dias consecutivos de manifestações nas ruas de Los Angeles e outras cidades californianas, com milhares de pessoas criticando as batidas migratórias conduzidas pelo governo federal. Embora majoritariamente pacíficas, as manifestações registraram episódios isolados de violência, como incêndios e confrontos com a polícia.
A permanência de tropas federais nas ruas deve acirrar os ânimos no fim de semana, com novas mobilizações previstas. A tensão aumenta não apenas na Califórnia, mas também em outros estados, como o Texas, onde o governador já anunciou que também mobilizará a Guarda Nacional em resposta aos protestos crescentes.