Tucanos ameaçam debandada se PSDB não fechar apoio a Ricardo Nunes

Uma parte da bancada do PSDB em São Paulo está considerando deixar o partido caso a legenda opte por não apoiar a candidatura à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB) nas eleições do próximo ano. O líder do governo na Câmara, vereador Fabio Riva, afirmou abertamente que já comunicou ao partido que sua permanência na sigla está condicionada ao apoio a Nunes.

Riva, que é do PSDB, destacou que, como líder há cinco anos, considera inédito na Câmara, o prefeito poderia ter indicado outro membro do MDB, e mencionou que está avaliando a possibilidade de migrar para o MDB caso a aliança com o PSDB não se concretize. Outros membros do partido têm mantido conversas com legendas como PSD, Republicanos, PP e Podemos.

O líder tucano na Câmara, João Jorge, afirmou que toda a bancada está unida em apoio a Nunes, com os oito vereadores já declarando seu respaldo. Entretanto, os sinais de descontentamento dentro do partido são evidentes, refletindo uma crise interna. O diretório municipal do PSDB realizou uma eleição no último dia 17, reconduzindo à presidência o professor Fernando Alfredo, vinculado ao ex-prefeito Bruno Covas. No entanto, o diretório estadual não reconheceu a eleição e não indicou uma direção provisória.

Esse impasse em São Paulo reflete uma situação semelhante na direção nacional do PSDB. Há duas semanas, a Justiça do Distrito Federal anulou o ato que manteve Eduardo Leite na presidência do partido, determinando a realização de novas eleições. Alguns aliados de Leite em São Paulo defendem uma “refundação” do partido, incluindo a possibilidade de lançar um candidato próprio para a Prefeitura em vez de apoiar Ricardo Nunes.

Apesar da tensão interna, alguns membros do PSDB em São Paulo planejam permanecer no partido pelo menos até março do próximo ano, quando se abre a janela partidária que permite trocas sem perda de mandato, caso o apoio a Nunes não seja firmemente estabelecido.