Uber pede ao STF suspensão nacional de processos que discutem vínculo de emprego de motoristas

Uber pede ao STF suspensão nacional de processos que discutem vínculo de emprego de motoristas


Nesta segunda-feira (4), a Uber solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão de todos os processos individuais e coletivos em andamento nas instâncias inferiores do Judiciário que debatem a existência de vínculo de emprego entre a empresa e os motoristas que utilizam o aplicativo para trabalhar, conhecido como “Uberização”.

O pedido ocorreu no mesmo dia em que o governo Luiz Inácio Lula da Silva apresentou um projeto de lei para garantir direitos e um “padrão remuneratório” aos motoristas de aplicativos. O projeto propõe regras para os trabalhadores de aplicativos, incluindo a garantia de salário mínimo para jornadas de 8 horas diárias.

Essa solicitação da Uber foi feita após os ministros do STF decidirem, em plenário virtual, que o assunto possui repercussão geral. Isso significa que o julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 1.446.336 servirá como referência para casos semelhantes em todas as instâncias do Judiciário.

No RE em questão, a Uber contesta as decisões do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1) e da 8ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que reconheceram o vínculo de emprego de uma motorista com a plataforma. A Uber alega que o reconhecimento do vínculo inviabilizaria a intermediação oferecida pela empresa por meio de sua plataforma digital, pois o modelo de negócio é incompatível com o vínculo empregatício.

A empresa argumenta que um eventual reconhecimento do vínculo antes do pronunciamento final do STF afetaria negativamente sua posição no Brasil, resultando na manutenção de um número significativamente menor de motoristas-parceiros, o que não seria do interesse de nenhuma das partes envolvidas.

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