Um Ano de Milei: Transformações, Controvérsias e o Impacto na Economia Argentina

Um Ano de Milei: Transformações, Controvérsias e o Impacto na Economia Argentina

Do outsider ao presidente: como Milei está moldando a Argentina

Em dezembro de 2023, Javier Milei, economista e ex-comentarista de TV com apenas dois anos de experiência no Congresso, assumiu a presidência da Argentina. Prometendo uma “terapia de choque” econômica e ostentando títulos como “libertário” e “anarcocapitalista”, Milei chegou ao poder com o compromisso de cortar drasticamente gastos públicos e mudar radicalmente o país.

Redução do déficit e controle da inflação: a que custo?

No primeiro ano de mandato, Milei conseguiu reduzir o déficit fiscal e desacelerar a inflação, que caiu de 20% para 3,5% ao mês, o menor índice em três anos. No entanto, o ajuste econômico teve um preço alto: a pobreza atingiu mais de 50% da população, o maior índice em duas décadas. Entre as crianças, a situação é ainda mais alarmante, com duas em cada três vivendo na pobreza.

Apesar de governar com uma coalizão minoritária e enfrentar críticas pelo uso de decretos e vetos, Milei avançou em propostas ambiciosas. Seu pacote de ajustes gerou a valorização do peso argentino, estabilizando uma moeda em crise. Contudo, isso tornou o custo de vida mais alto e diminuiu a competitividade do país em turismo e comércio.

Promessas adiadas e polêmicas

Durante a campanha, Milei prometeu dolarizar a economia e “dinamitar” o Banco Central, mas seus planos foram adiados. Ele agora fala em uma “dolarização endógena”, em que o dólar substituiria gradualmente o peso.

Seu estilo agressivo e declarações polêmicas, como chamar o peso de “excremento” e ofender o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, têm alimentado tensões diplomáticas. Apesar disso, houve momentos de trégua, como quando agradeceu ao Brasil por ajudar na crise com a Venezuela.

Popularidade e desafios futuros

Mesmo com a pior recessão da América Latina e uma queda no consumo de bens tradicionais como carne e leite, Milei mantém uma aprovação em torno de 50%. Seus simpatizantes o veem como um “revolucionário do livre mercado”, enquanto críticos alertam para o impacto social de suas políticas e o risco de instabilidade política no país.

Conclusão

Javier Milei chegou ao poder como uma figura disruptiva, quebrando paradigmas na política argentina. Seu primeiro ano foi marcado por avanços econômicos questionáveis, alto custo social e um estilo de liderança controverso. O futuro de sua gestão dependerá de sua capacidade de equilibrar crescimento econômico e inclusão social, enquanto enfrenta um cenário político e diplomático desafiador.

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