“Vagabundo tem que morrer”: quem é o deputado autor da “Lei do Abate”
Rafael Ranalli é deputada estadual pelo estado de Mato grosso e pré-candidato a vereador em Cuiabá, pelo Partido Liberal (PL)
O deputado estadual e pré-candidato a vereador por Cuiabá, Rafael Ranalli (PL), tem gerado controvérsia ao propor um projeto de lei que prevê a entrega de medalhas a policiais envolvidos em ocorrências que resultem na morte de criminosos.
A proposta visa homenagear o policial militar Odenil Alves Pedroso, morto na capital de Mato Grosso. O autor do crime ainda não foi capturado. Na prática, o projeto sugere uma condecoração para policiais que matarem bandidos.
Polêmicas declarações
Rafael Ranalli, que também é agente da Polícia Federal (PF), defendeu que criminosos que confrontarem a polícia devem ser executados. “Estando no momento da ação, em legítima defesa, é isso que quero deixar claro”, afirmou.
“Se for para aumentar a letalidade contra vagabundo, eu quero mais é que aumente. Vagabundo tem que morrer mesmo, porque eles estão nas ruas para nos matar, matar cidadãos de bem, advogados da OAB e policiais. Então, vagabundo tem que morrer. Trocou tiro com a polícia, está pedindo o quê? Está pedindo para morrer”, enfatizou.
Projeto de lei
O projeto estabelece que serão consideradas ações de grande relevância aquelas que resultem na morte de criminosos, a morte de agentes de segurança pública, ações em legítima defesa, prevenção de crimes de grande impacto social e demonstrações de coragem, destemor e eficiência na aplicação da lei. Tudo, no entanto, deve estar dentro do estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular do direito.
Repercussão nacional
Ranalli, que assumiu temporariamente o lugar do deputado Elizeu Nascimento (PL), tem compartilhado conteúdos de apoio ao ex-presidente Bolsonaro em suas redes sociais, onde possui pouco mais de 16 mil seguidores.
Em um vídeo, ele defendeu a criação de leis estaduais específicas, semelhante ao modelo dos Estados Unidos. “Esse é meu sonho, que Mato Grosso vire o Texas do Brasil”, declarou.
Ranalli argumenta que a autonomia legislativa dos estados americanos tem sido eficaz. “Aí, o vagabundo vai se criar no estado que elege ladrão. Então, vai morar lá que pode tudo. Lá gosta de bandido, gosta de vagabundo; more lá, no Mato Grosso, não”, concluiu.