
Venda de Mineradora na Amazônia à China Acende Debate Sobre Recursos Estratégicos
Empresa estatal chinesa adquire Taboca S.A. por US$ 340 milhões; Congresso reage à negociação envolvendo minerais valiosos
A estatal chinesa China Nonferrous Trade (CNT), ligada ao governo de Pequim, adquiriu a mineradora Taboca S.A., responsável por operar a mina de Pitinga, no Amazonas. O negócio foi fechado por US$ 340 milhões (aproximadamente R$ 2 bilhões), conforme comunicado divulgado pela própria Taboca ao governo estadual.

No comunicado, a Taboca definiu a venda como uma “estratégia de crescimento”, informando que a negociação foi realizada pela Minsur S.A., controladora peruana da mineradora no Brasil. A mina de Pitinga é rica em minerais estratégicos como estanho, nióbio, tântalo e tório, essenciais para tecnologias de ponta como foguetes, baterias e turbinas. Embora a região contenha urânio, um recurso usado na geração de energia nuclear, este não integrou o acordo, por ser considerado estratégico e sujeito a regulação federal. Segundo especialistas, os minerais disponíveis na mina têm capacidade de abastecimento por pelo menos 100 anos.
A transação gerou críticas no Congresso Nacional. Durante sessão no Senado, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) manifestou sua indignação, acusando o governo de facilitar a venda de recursos estratégicos para o controle chinês. “Estamos entregando o futuro do Brasil”, declarou.
A China Nonferrous Mining Co., uma das maiores estatais globais do setor, é especializada em mineração e fundição de minerais como o cobre, mas sua crescente presença em negócios estratégicos na Amazônia tem levantado preocupações sobre soberania e segurança econômica no Brasil.
Apesar da polêmica, a negociação reforça a estratégia chinesa de expansão global no controle de recursos minerais, colocando a região amazônica no centro das atenções internacionais.