Venezuela provoca Brasil após tribunal confirmar vitória de Maduro; governo segue em silêncio
O governo da Venezuela provocou o assessor do presidente Lula, Celso Amorim, após o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) ter confirmado a reeleição de Nicolás Maduro. A decisão foi tomada depois de uma auditoria das atas eleitorais sem a participação da oposição. Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional venezuelana, mencionou diretamente Amorim ao defender a soberania da Venezuela, citando críticas internacionais e afirmando que há uma jurisdição superior não apenas no país, mas também em nações como o Brasil e os EUA.
Até o momento, o governo brasileiro não respondeu à provocação nem à decisão do TSJ. O Brasil, junto ao México e à Colômbia, havia pressionado o regime de Maduro a dar mais transparência ao processo eleitoral, exigindo a divulgação pública dos resultados.
O tribunal venezuelano, além de confirmar a vitória de Maduro, proibiu a divulgação das atas eleitorais e declarou o resultado como inquestionável. Isso ocorre após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter proclamado a vitória de Maduro com 51,95% dos votos, enquanto o candidato da oposição, Edmundo González, obteve 43,1%. No entanto, tanto a oposição venezuelana quanto observadores internacionais questionaram a legitimidade do processo eleitoral.
A oposição, liderada por González e María Corina Machado, não reconhece os resultados, alegando que González foi o verdadeiro vencedor, com base em contagens paralelas. A comunidade internacional também criticou a integridade do processo, apontando a falta de independência das instituições eleitorais da Venezuela.
Agora, a pressão está sobre o governo brasileiro para tomar uma posição clara sobre a reeleição de Maduro, já que Lula havia se comprometido a apoiar um processo eleitoral mais transparente.