
Vereadores de BH aprovam vale-alimentação de R$ 2,3 mil e revoltam população
Benefício permitiria 766 refeições no restaurante popular da Câmara
Os vereadores de Belo Horizonte aprovaram, nesta terça-feira (18), um projeto de lei que concede um vale-alimentação de R$ 2.374 por mês para cada um dos 41 parlamentares da Câmara Municipal. A medida, que entra em vigor a partir de 1º de abril, gerou revolta entre os moradores da capital mineira, que consideram o valor desproporcional.
Para se ter uma ideia, com esse benefício, cada vereador poderia fazer 766 refeições no Restaurante Popular da própria Câmara, onde o almoço custa R$ 3. No dia da votação, por exemplo, o cardápio oferecia arroz, feijão, frango assado, moranga, salada de pepino e uma fruta de sobremesa.
O benefício também contempla os servidores da Casa, que antes recebiam R$ 1.250 e agora terão o mesmo vale de R$ 2,3 mil, um aumento de 89%. Já o salário dos vereadores permanece em R$ 18 mil.
O pagamento do auxílio será realizado por meio de um cartão que poderá ser usado em restaurantes, supermercados e padarias. Mesmo durante o recesso parlamentar, os vereadores continuarão recebendo o benefício. A única exceção será no período de férias.
Votação e polêmicas
O projeto foi aprovado com 37 votos favoráveis e apenas três contrários, dos vereadores Bráulio Lara, Fernanda Altoé e Marcela Trópia, todos do partido Novo. Segundo a assessoria de Lara, a legenda tem como diretriz se opor a pautas relacionadas a aumentos salariais.
Já o vereador Neném da Farmácia (Mobiliza) alegou que votou sem perceber que o benefício também seria destinado aos parlamentares. “Nem sabia que chegava para os vereadores, achei que era somente para os servidores”, declarou em entrevista.
Revolta nas redes sociais
A aprovação do benefício gerou indignação nas redes sociais. Internautas criticaram o valor elevado do auxílio e relembraram que os vereadores já recebem um salário de R$ 18 mil. Muitos comentaram com um simples “misericórdia” para expressar revolta, enquanto outros destacaram o nome dos parlamentares que votaram contra o projeto.
A Câmara justificou a medida dizendo que o projeto atende a uma solicitação do sindicato dos servidores do Legislativo. No entanto, outros representantes do Legislativo mineiro, como deputados estaduais e federais, não recebem esse tipo de benefício.
A medida segue gerando críticas, com a população questionando a necessidade do auxílio para parlamentares que já têm vencimentos elevados.