Vergonha Global: Brasil Lidera em Homicídios no Mundo
Como chegamos ao topo de um ranking que ninguém quer liderar?
47.722 mortos em um único ano. Isso não é apenas um número; é um grito ensurdecedor de uma tragédia nacional. Segundo o Estudo Global sobre Homicídios 2023, divulgado pela ONU, o Brasil é responsável por impressionantes 10,4% dos assassinatos no planeta. Em números absolutos, somos o campeão mundial da violência letal.
Enquanto o mundo registra uma média de 5,8 assassinatos por 100 mil habitantes, o Brasil atinge 22,38 mortes, quase quatro vezes mais. Não estamos apenas matando mais; estamos matando em escala industrial.
América Latina: A Região Mais Violenta do Mundo
Não estamos sozinhos na vergonha. A América Latina e o Caribe, onde o Brasil se destaca negativamente, concentram 27% dos homicídios globais. E, pasmem: 75% desses crimes são cometidos com armas de fogo, expondo a gravidade do problema.
E o que dizer das vítimas? A maioria são homens (81%), mas o relatório não poupa detalhes sobre a brutalidade específica contra mulheres, que representam 66% das vítimas de homicídios praticados por familiares ou parceiros íntimos. Até crianças entram nessa estatística absurda: 15% das vítimas globais eram menores de idade.
Pandemia, Crime Organizado e Nosso Fracasso Coletivo
A COVID-19 não só tirou vidas diretamente, mas também contribuiu para agravar o cenário de violência, fortalecendo gangues e o crime organizado. Essas organizações criminosas são responsáveis por 22% dos homicídios globais – nas Américas, esse índice sobe para 50%.
Ghada Waly, diretora executiva da UNODC, não economizou nas palavras: “Esses números são um lembrete sombrio de nosso fracasso coletivo em cumprir as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que incluem reduzir significativamente todas as formas de violência até 2030.”
Como Chegamos Aqui?
Injustiça social, desigualdade, violência de gênero e um sistema de justiça enfraquecido. Estes são os pilares de uma tragédia anunciada. Apesar das recomendações da ONU, o Brasil parece distante de políticas públicas eficazes para conter a violência letal.
Estamos matando mais do que guerras e atos de terrorismo somados. Desde o ano 2000, 9,5 milhões de pessoas morreram assassinadas no mundo, enquanto conflitos armados somaram “apenas” 1,5 milhão.
Até quando seremos campeões da morte? É hora de transformar a indignação em ação. É hora de parar o genocídio silencioso que mancha a história deste país.
