Vergonha no Supremo: Ministra Chilena é Destituída por Envolvimento em Escândalo de Corrupção
A paciência acabou. A Suprema Corte do Chile decidiu, de forma unânime, arrancar do cargo uma de suas magistradas, Ángela Vivanco, mergulhada até o pescoço em um dos maiores escândalos de corrupção que o país já viu. A decisão, tomada na quinta-feira (10), é um reflexo do peso das revelações que chocaram o país.
Vivanco já estava com a corda no pescoço desde setembro, quando foi suspensa após juízes abrirem o processo de afastamento. E com razão. Segundo investigações, ela teria acelerado julgamentos, influenciado indicações de autoridades e até vazado informações privilegiadas, tudo para beneficiar o advogado Luis Hermosilla, figura central do esquema criminoso que virou o “Caso Áudios”.
O presidente da Suprema Corte, Ricardo Blanco, deixou claro o que está em jogo: “A senhora Ángela Vivanco Martínez não teve um bom comportamento no exercício de suas funções”. É o mínimo que se poderia dizer diante do tamanho da sujeira.
As conversas entre Vivanco e Hermosilla, reveladas pelo site Ciper Chile, não apenas expuseram o abuso de poder no sistema judiciário, mas também escancararam como uma magistrada do mais alto tribunal do país se aproveitou de sua posição para atender interesses particulares. Uma vergonha sem tamanho para a Justiça chilena.
A repercussão foi imediata. Em dois dias, a Suprema Corte já havia aberto o processo que culminaria na queda de Vivanco, um evento raro no Chile, mas não inédito. O único caso semelhante aconteceu em 2001, quando Luis Correa Bulo foi expulso por tráfico de influência. A história parece se repetir, mas agora com proporções ainda mais sombrias.
O “Caso Áudios” lançou uma sombra sobre o judiciário chileno, mostrando que até mesmo o topo do poder pode estar contaminado. Justiça ou corrupção, o Chile está em alerta.
FONTE: EL PAÌS
