Vice PGR, Lindôra Araújo acusa Moraes de autorizar procedimentos ilegais
Segundo informações divulgadas pela revista Veja, a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, criticou a atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus auxiliares. De acordo com um documento sigiloso obtido pela revista, Lindôra expressou preocupações sobre as recentes decisões de Moraes, especialmente no que diz respeito às prisões de ex-funcionários do ex-presidente.
Lindôra acusou Moraes de autorizar ações ilegais, decretar prisões sem fundamentos sólidos e conduzir diligências conhecidas como “pesca probatória”, nas quais são coletadas provas aleatórias durante uma investigação. Ela argumentou que as prisões preventivas de Mauro Cid e outros ex-auxiliares de Bolsonaro, envolvidos no suposto caso das carteiras de vacinação falsificadas, não possuíam justificativas plausíveis, afirmando que os elementos apresentados eram insuficientes para justificar qualquer medida contra os investigados. Ela também criticou a falta de acesso da Procuradoria-Geral da República aos autos do processo desde a decisão em agosto.
Além disso, Lindôra questionou a forma como os investigadores concluíram que o governo anterior cogitou um golpe de Estado, com base em um relatório produzido pela Polícia Federal. Ela argumentou que o relatório continha uma redação crítica que poderia ser encontrada em materiais de estudo para vestibulares.
No mesmo contexto, Lindôra também destacou que o ministro Moraes não deveria ter aceitado o pedido dos senadores Randolfe Rodrigues, Renan Calheiros, Humberto Costa e Fabiano Contarato, pois eles não possuíam qualquer ligação com os fatos em apuração. Ela ressaltou que a Procuradoria-Geral da República ficou excluída do caso desde a decisão em agosto, o que prejudicou seu trabalho e foi contrário aos princípios de atuação da instituição.