
Zambelli se Defende de “Perseguição Política” após STF Declarar Maioria pela Condenação
Deputada enfrenta possível pena de 10 anos e perda de mandato por invasão ao sistema do CNJ
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) se posicionou contra o que chamou de “perseguição política” após a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formar maioria para condená-la a dez anos de prisão e perda de mandato. O julgamento é referente à invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e o processo ainda não foi concluído, com a expectativa de que a votação continue até a próxima semana.
Em uma nota publicada nas suas redes sociais, Zambelli declarou que se considera vítima de uma “perseguição política” que, segundo ela, não atinge apenas sua honra pessoal, mas também os princípios fundamentais do Estado de Direito. “O que está sendo julgado não são ações concretas, mas a minha postura firme, minha voz ativa e minha defesa dos valores conservadores que represento”, afirmou a deputada.
O julgamento, iniciado na sexta-feira (9), deverá se estender até o dia 16 de maio. Já votaram pela condenação os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin, que seguiram o voto do relator Alexandre de Moraes. Além da pena de prisão, Moraes sugeriu a imposição de multa, perda do mandato parlamentar e inelegibilidade. Os ministros Cármen Lúcia e Luiz Fux ainda não se posicionaram.
A defesa de Zambelli, por sua vez, acredita que o resultado pode ser revertido, aguardando que algum ministro peça vistas e reanalise os argumentos da defesa. Em nota, o advogado da deputada, Daniel Biakski, expressou otimismo quanto à possibilidade de mudança na decisão.
Além de Zambelli, o hacker Walter Delgatti também está sendo julgado no mesmo processo, com uma pena sugerida de 8 anos e 3 meses de prisão. Delgatti, que já cumpre prisão preventiva, foi acusado de inserir documentos falsos no sistema do CNJ a mando de Zambelli, incluindo um mandado de prisão falso contra o ministro Moraes.
Em seu voto, Moraes destacou que Zambelli demonstrou pleno conhecimento da ilicitude de suas ações, agindo de maneira premeditada e organizada para atacar instituições fundamentais do Estado Democrático de Direito, em especial o Poder Judiciário. Ele explicou que Delgatti, a pedido de Zambelli, inseriu pelo menos 16 documentos falsos no sistema do CNJ, o que ocorreu em 13 invasões distintas.