
đž Correios afundam e quem ganha aumento Ă© o chefe: Nikolas exige explicaçÔes
đš Enquanto a estatal amarga prejuĂzo bilionĂĄrio, presidente dos Correios engorda salĂĄrio â e vira alvo na CĂąmara
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) nĂŁo engoliu a decisĂŁo do presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, de aumentar o prĂłprio salĂĄrio em plena tempestade financeira que afunda a estatal. Revoltado, o parlamentar protocolou um requerimento na CĂąmara exigindo que Fabiano dĂȘ explicaçÔes formais sobre o reajuste em meio ao rombo bilionĂĄrio.
âEle e a diretoria se deram aumentos e ampliaram os prĂłprios benefĂcios â auxĂlio-moradia, vale-alimentação, previdĂȘncia complementar⊠Tudo isso enquanto a empresa agoniza financeiramente, precisando pegar dinheiro emprestado sĂł pra continuar funcionandoâ, disparou Nikolas em suas redes.
O deputado reforça que a população tem o direito de saber quem estĂĄ por trĂĄs dessas decisĂ”es, em que estĂŁo se baseando e, principalmente, qual Ă© o custo disso para os cofres pĂșblicos. âĂ papel do Parlamento cobrar. Isso aqui nĂŁo Ă© casa da mĂŁe Joanaâ, completou.
đ Crise se agrava, mas regalias disparam
O aumento de salĂĄrio do presidente dos Correios foi de 14%. Fabiano passou a receber R$ 53.286,39, contra os R$ 46.727,77 que ganhava quando assumiu o cargo, dois anos atrĂĄs. Enquanto o contracheque dele engordava, o balanço financeiro da estatal encolhia: o prejuĂzo sĂł no Ășltimo ano bateu a marca dos R$ 2,6 bilhĂ”es.
E nĂŁo para por aĂ. A gastança com patrocĂnios tambĂ©m chamou atenção: entre 2019 e 2022, os Correios gastavam, em mĂ©dia, R$ 430 mil por ano nessa ĂĄrea. JĂĄ em 2024, esse valor explodiu para R$ 34 milhĂ”es â um salto considerado escandaloso por parlamentares que agora pressionam por uma investigação na ComissĂŁo de Fiscalização e Controle do Senado. O movimento jĂĄ ganhou apelido: âmini CPI dos Correiosâ.
đ FuncionĂĄrios na pior, chefia no luxo
Enquanto isso, quem presta serviço aos Correios sente no bolso os efeitos da crise. Empresas de transporte terceirizadas cruzaram os braços em abril apĂłs ficarem sem receber. Nem o plano de saĂșde dos servidores escapou: denĂșncias apontam atrasos nos repasses, o que levou Ă suspensĂŁo de atendimentos mĂ©dicos, segundo o senador MĂĄrcio Bittar (UniĂŁo-SC).
O contraste Ă© cruel: de um lado, funcionĂĄrios e parceiros abandonados Ă prĂłpria sorte; de outro, a alta cĂșpula da empresa ampliando salĂĄrios, benefĂcios e mordomias.