
🚨 Motta cutuca o governo: “Não dá pra gastar sem freio e jogar a conta no Congresso”
🔥 Presidente da Câmara critica aumento do IOF e dispara contra descontrole fiscal do Executivo
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), não poupou críticas ao governo nesta segunda-feira (26/5). Após o anúncio do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em determinados setores, ele fez um desabafo direto nas redes sociais:
“O Brasil não precisa de mais impostos. Precisa é de menos desperdício. Quem gasta mais do que arrecada não é vítima, é responsável. O Executivo não pode simplesmente gastar sem limite e depois passar o volante pro Congresso segurar”, disparou Motta no X (antigo Twitter).
A bronca veio logo após o Ministério da Fazenda publicar um decreto que altera a cobrança do IOF sobre operações como crédito, câmbio e seguros. Além disso, a fala de Motta também responde à recente declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que reclamou do que chamou de “quase parlamentarismo”, responsabilizando o Congresso pelas dificuldades no ajuste fiscal.
Haddad, em entrevista ao O Globo, disse que, atualmente, o Congresso tem a palavra final sobre quase tudo, o que obriga o governo a negociar cada proposta no detalhe com deputados e senadores.
📉 Aumento do IOF vira dor de cabeça: mercado reage mal e governo recua
O impacto do anúncio foi imediato. O mercado financeiro respondeu negativamente: a Bolsa caiu 0,44%, fechando com 137.272 pontos, enquanto o dólar subiu para R$ 5,66. A reação foi tão ruim que, horas depois, o governo voltou atrás em parte das mudanças.
A crise chega logo após os deputados aprovarem um polêmico projeto que amplia o número de cadeiras na Câmara de 513 para 531 a partir de 2027. A proposta ainda precisa passar pelo Senado, que sinaliza resistência.
A origem dessa discussão foi uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou a redistribuição das cadeiras de acordo com o Censo de 2022. Em vez de realocar, a Câmara optou por simplesmente criar mais vagas onde a população cresceu, sem cortar de estados que perderam habitantes.
🧾 Veja como ficaram os novos valores do IOF
📑 Setor de Seguros (VGBL e Previdência)
- Antes: Aporte mensal tinha alíquota zero.
- Agora: Continua zero até R$ 50 mil. Acima disso, passa a ter IOF de 5%.
💼 Crédito para empresas
- Cooperativas:
- Até R$ 100 milhões no ano → zerado.
- Acima disso → passam a ser tributadas como empresas comuns.
- Pessoa jurídica:
- Antes: 0,38% fixo + 0,0041% ao dia.
- Agora: 0,95% fixo + 0,0082% ao dia.
- Simples Nacional (até R$ 30 mil):
- Antes: 0,38% fixo + 0,00137% ao dia.
- Agora: 0,95% fixo + 0,00274% ao dia.
🌎 Câmbio e Cartões no exterior
- IOF de remessas internacionais:
- Antes: 3,38% (em 2024) e depois cairia para 1,1%.
- Agora: unificado em 3,5%.
- Empréstimos externos de curto prazo:
- Antes: zerado desde 2023.
- Agora: volta para 3,5% para prazos de até 364 dias.
- Transferências de fundos no exterior:
- Antes: zero.
- Chegaria a 3,5%, mas, com o recuo, segue isento.
- Outras operações:
- Entrada → 0,38%.
- Saída → 3,5%.
⚠️ O que continua isento:
- Crédito rural, Fies, programas de geração de emprego, adiantamento salarial e algumas operações entre instituições financeiras.
💥 O clima segue tenso entre Planalto e Congresso
O desgaste é claro: de um lado, o governo tenta equilibrar as contas e, do outro, o Congresso resiste a qualquer aumento de imposto. Enquanto isso, o mercado observa atento — e descontente — cada movimento.