A Argentina Sob Milei: Entre a Inflação Controlada e as Dificuldades Cotidianas

A Argentina Sob Milei: Entre a Inflação Controlada e as Dificuldades Cotidianas

Enquanto o país comemora a queda da inflação, a realidade das pessoas é marcada por sacrifícios profundos.

Javier Milei, o presidente da Argentina, celebra um ano de governo com o reconhecimento de sua conquista em controlar a inflação galopante. Seu estilo econômico radical, porém, tem gerado reações divididas, tanto no país quanto no exterior

Com um corte drástico em gastos públicos e a demissão de mais de 30 mil funcionários, Milei conseguiu reduzir a inflação mensal de 12,8% para 2,4%, a menor taxa registrada nos últimos quatro anos. Essa vitória é vista por muitos como uma resposta necessária à inflação descontrolada, que corroía a economia argentina.

No entanto, as reformas não vieram sem custos. Os cortes em subsídios de serviços essenciais, como transporte público e contas de energia, empurraram milhões de argentinos para a pobreza, com a taxa de pobreza subindo para 53%. Para muitos, como Margarita Barrientos, que dirige um refeitório comunitário para moradores de rua em Buenos Aires, os efeitos dessa austeridade são visíveis nas ruas: “Todos os dias, temos mais pessoas que vêm comer”, lamenta.

Milei, que tem sido elogiado por líderes globais como Donald Trump, afirmou que as políticas de austeridade são necessárias para “salvar” a Argentina e prometeu que os sacrifícios feitos pelo povo não serão em vão. Apesar de sua popularidade entre certos setores da população e investidores internacionais, a insatisfação cresce entre aqueles mais afetados pelos cortes e pela elevação do custo de vida.

Os números econômicos estão começando a se estabilizar, e muitos acreditam que a Argentina pode estar no caminho da recuperação lenta, mas a durabilidade dessa mudança dependerá de como as políticas de Milei serão ajustadas para equilibrar austeridade e bem-estar social. O desafio agora é como conciliar a visão de uma economia estável com as necessidades básicas de seu povo, que ainda enfrenta dificuldades extremas.

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