
Advogado de Bolsonaro contesta provas e crítica delação de Cid
Defesa do ex-presidente acusa PGR de se basear unicamente no relato do ex-ajudante de ordens
O advogado Celso Vilardi, responsável pela defesa de Jair Bolsonaro no julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a suposta trama golpista, utilizou sua sustentação oral na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (25/3), para desqualificar a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. Segundo Vilardi, não há evidências concretas contra o ex-presidente, e a acusação teria sido construída apenas com base no depoimento do ex-ajudante de ordens.
Ao iniciar sua defesa, o advogado alegou que Bolsonaro “é o presidente mais investigado da história do país” e que, até o momento, “não se achou absolutamente nada” contra ele. Ele também questionou a tese da PGR de que Bolsonaro teria iniciado a suposta conspiração golpista ainda em 2021, ressaltando que, à época, ele ainda ocupava a Presidência.
Vilardi argumentou que a investigação se desdobrou por meses, explorando diferentes frentes, como a live contestada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o uso do cartão corporativo e até emendas parlamentares. No entanto, segundo ele, nenhuma prova concreta foi encontrada. “Houve quebra de sigilo de dados armazenados em nuvem e, em relação ao presidente, absolutamente nada foi descoberto”, afirmou.
O advogado reforçou que a denúncia da PGR se apoia exclusivamente no relato de Mauro Cid, sem qualquer outro elemento probatório. “O delator fala, mas cabe ao Estado apresentar as provas. Aqui, o que aconteceu foi o contrário”, criticou.
No mês passado, a PGR denunciou 34 pessoas por envolvimento em atos contra os Três Poderes e o Estado Democrático de Direito. Para a Polícia Federal, Bolsonaro não apenas sabia da trama, mas teve participação ativa, planejando e coordenando ações que poderiam culminar em um golpe de Estado — algo que só não ocorreu por fatores externos.
Agora, cabe ao STF decidir se Bolsonaro e seus aliados se tornarão réus no caso.