Amazônia: Garimpo devastou área de 4 campos de futebol por dia em 2023 nas terras Yanomami, Kayapó e Munduruku.
O Greenpeace Brasil revelou que o garimpo ilegal avançou significativamente em 2023, invadindo terras indígenas Yanomami, Kayapó e Munduruku. De acordo com os dados obtidos por imagens de satélite, mais de mil hectares foram abertos para atividades de garimpo nesses territórios protegidos por lei. Essa prática, além de ilegal, representa uma das principais ameaças à vida indígena no Brasil.
Os territórios indígenas Kayapó, Munduruku e Yanomami, onde se concentra a maior parte das atividades de garimpo, foram duramente afetados. Na Terra Kayapó, localizada no Pará, mil hectares foram devastados no último ano, totalizando 15,4 mil hectares desmatados para atividades ilegais. A situação é especialmente crítica na Terra Yanomami, em Roraima, onde mais de 200 hectares foram invadidos em 2023, mesmo após a mobilização do governo federal para conter essa prática.
Os Munduruku, povo mais populoso do Pará, também enfrentaram impactos severos, com 152 hectares invadidos pelo garimpo. Além disso, dados indicam que áreas próximas a 15 mil aldeias estão sujeitas à atividade de garimpo, representando um risco significativo para as comunidades indígenas locais.
Essa expansão do garimpo ilegal tem consequências devastadoras, não apenas para o meio ambiente, mas também para a saúde e o modo de vida dos povos indígenas. Estudos recentes indicam níveis alarmantes de mercúrio no corpo dos indígenas, resultantes da contaminação causada pelo garimpo.