
Beija-Flor Traz de Volta o “Cristo Mendigo” Após 36 Anos
Escultura icônica retorna à Sapucaí em desfile histórico
Mais de três décadas após ser censurada, a emblemática escultura do “Cristo Mendigo” voltou a brilhar no desfile da Beija-Flor de Nilópolis, na noite desta segunda-feira (3). A imagem de Jesus envolto em um saco plástico, que fez história no Carnaval de 1989, ressurgiu na Marquês de Sapucaí, carregando uma forte carga simbólica.
Uma Símbolo de Resistência e Arte
Durante a apresentação, a frase “Mesmo proibido, olhai por nós” estampava a alegoria, em referência à polêmica censura imposta pela Igreja Católica há 36 anos. Em 1989, a imagem fazia parte do enredo Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia, do lendário carnavalesco Joãosinho Trinta, mas acabou sendo vetada pela Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Neste ano, a decisão de trazer a escultura de volta foi do diretor de Carnaval Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, o Laíla, que também foi homenageado pela escola. A Beija-Flor revisitou grandes momentos de sua trajetória, relembrando outros ícones do samba, como Rosa Magalhães e o próprio Joãosinho Trinta.
Uma Releitura de um Desfile Memorável
Nas redes sociais, a escola explicou o significado da homenagem:
“Como último ato de nossa homenagem, reviveremos o que foi considerado o maior desfile da história da Beija-Flor, da Marquês de Sapucaí e, consequentemente, dos artistas geniais Laíla e Joãosinho Trinta. A releitura da icônica alegoria ‘O Cristo Preto’, transgressora e antológica, é relembrada, ao fim do desfile, como a grande obra.”
Com a retomada dessa imagem histórica, a Beija-Flor reafirma seu papel de inovadora no Carnaval e celebra a resistência do samba como forma de arte e expressão cultural.