Bolsa Família se tornou uma forma de emprego? 12 estados têm mais beneficiários do que trabalhadores com carteira assinada

Bolsa Família se tornou uma forma de emprego? 12 estados têm mais beneficiários do que trabalhadores com carteira assinada

Até 2020, eram 8 estados que apresentavam mais beneficiários do que emprego formal. Agora, já são 12.

É simplesmente pensar que, em 12 estados do Brasil, o número de beneficiários do Bolsa Família agora supera o de trabalhadores formais. O que antes era uma realidade em 8 estados até 2020, agora se expandiu de maneira alarmante. São dados de agosto de 2024 que revelam o que muitos já suspeitavam: a dependência do auxílio social está crescendo enquanto o mercado de trabalho patina. Parece que, para uma parte considerável da população, o Bolsa Família virou um “emprego”, já que muitos acabam desistindo de buscar uma ocupação formal para não perder o benefício e continuam na informalidade. E o governo? Promete que está passando um pente-fino nos cadastros, tentando tranquilizar com um discurso de que o mercado de trabalho está aquecendo. Será que isso basta?

A situação se tornou mais visível ainda durante o governo Bolsonaro, quando em janeiro de 2022 o percentual de beneficiários já representava 44% do número de trabalhadores com carteira assinada. De lá para cá, a curva só subiu, atingindo quase 50% em janeiro de 2024, antes de começar a dar sinais de recuo para 44% em agosto, reflexo do crescimento dos empregos formais e de uma revisão mais rígida dos cadastros.

O Maranhão, por exemplo, é o retrato mais amargo dessa disparidade: mais de 1,2 milhão de famílias recebem o Bolsa Família, enquanto o número de trabalhadores formais no estado não chega nem a 660 mil. É quase o dobro de famílias dependendo do auxílio do que pessoas com carteira assinada! Enquanto isso, Santa Catarina vive uma realidade completamente oposta, com 10 trabalhadores formais para cada beneficiário, um verdadeiro abismo econômico entre as regiões do país.

O Brasil se encontra em uma encruzilhada perigosa, onde o auxílio social, que deveria ser um apoio temporário, se tornou a única opção de sobrevivência para muitos, enquanto o emprego formal segue sendo um sonho distante

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