Bolsonaro é internado novamente: dores abdominais reacendem drama iniciado após facada

Bolsonaro é internado novamente: dores abdominais reacendem drama iniciado após facada

Ex-presidente passa mal durante viagem ao RN e pode precisar de nova cirurgia por obstrução intestinal. Desde o atentado em 2018, Bolsonaro acumula complicações e internações ligadas ao sistema digestivo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi internado às pressas na manhã desta sexta-feira (11) após sentir fortes dores no abdômen enquanto participava de um evento político em Santa Cruz, no Rio Grande do Norte. Após o primeiro atendimento no Hospital Municipal Aluízio Bezerra, ele foi transferido de helicóptero para Natal, capital do estado.

Segundo relatos, Bolsonaro já vinha se queixando de desconfortos intestinais nos últimos dias. O quadro reacende um histórico delicado: desde que foi esfaqueado durante a campanha presidencial de 2018, ele já passou por pelo menos seis cirurgias abdominais e diversas internações relacionadas a complicações no sistema digestivo.

Seu médico pessoal, o cirurgião Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo, acompanha o caso à distância, mas já admitiu a possibilidade de uma nova cirurgia. “Ele está com o intestino completamente paralisado. O caso é sério. Pode ser que ele seja transferido para São Paulo e precise de uma nova operação”, afirmou Macedo.

Uma longa batalha contra as sequelas

Desde o atentado, Bolsonaro passou por uma série de procedimentos cirúrgicos: logo após a facada, precisou de uma cirurgia de emergência em Juiz de Fora. Depois, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, foi submetido à retirada de aderências intestinais. Em 2019, ele retirou a bolsa de colostomia e passou por nova operação para correção de hérnia. Em 2020, realizou uma vasectomia e, em 2023, operou uma hérnia de hiato e as alças intestinais, afetadas por obstruções e refluxo.

Além disso, em 2024, ele passou 12 dias internado por conta de uma infecção (erisipela) e voltou a sentir dores abdominais.

O que é obstrução intestinal?

Especialistas explicam que o intestino funciona como um tubo ou mangueira: qualquer dobra, aderência ou corpo estranho pode impedir a passagem dos alimentos e enzimas, causando dores, inchaço e, em casos mais graves, necrose dos tecidos.

Segundo o médico Lúcio Lucas, do Hospital Sírio-Libanês, é comum que pacientes submetidos a múltiplas cirurgias na região abdominal desenvolvam cicatrizes internas que dificultam o funcionamento normal do intestino. Quando essas estruturas se grudam, o intestino pode torcer e impedir a digestão, o que parece ser o caso de Bolsonaro.

Radiografias, tomografias e exames físicos são usados para confirmar o diagnóstico. Dependendo da gravidade, o tratamento pode variar desde medicamentos e jejum até cirurgia para liberar o bloqueio.

“Rota 22” interrompida

Bolsonaro estava em meio a uma caravana chamada “Rota 22”, uma espécie de turnê política pelo Nordeste com foco na defesa da anistia para os presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Apesar de estar afastado da presidência, ele continua ativo em eventos públicos e já é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por sua atuação após as eleições de 2022.

Agora, seu estado de saúde volta ao centro das atenções. Ainda não há confirmação se ele será transferido para São Paulo, mas sua equipe médica acompanha de perto o quadro.

O drama iniciado com uma facada em 2018 continua a cobrar seu preço — seis anos depois, as sequelas persistem, deixando Bolsonaro mais uma vez à mercê de bisturis e diagnósticos hospitalares.

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