Bolsonaro pode ter bens bloqueados por bancar estadia do filho Eduardo nos EUA

Bolsonaro pode ter bens bloqueados por bancar estadia do filho Eduardo nos EUA

Declaração sobre uso de doações via Pix para manter Eduardo Bolsonaro no exterior acende alerta no Supremo e pode desencadear ações duras contra o ex-presidente

Durante um evento recente, o ex-presidente Jair Bolsonaro revelou, quase que casualmente, que está financiando a permanência do filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos Estados Unidos com dinheiro de doações feitas via Pix por seus seguidores. Essa informação, que poderia parecer apenas mais um detalhe, virou uma bola de neve e chamou a atenção do Supremo Tribunal Federal, que avalia tomar medidas severas, incluindo o bloqueio dos bens do ex-presidente.

Eduardo Bolsonaro está nos EUA envolvido em movimentações políticas contra o ministro do STF Alexandre de Moraes. Segundo Jair Bolsonaro, essa presença fora do país faz parte de uma “função estratégica”. Mas a situação preocupa a Corte: conforme reportagem da colunista Mônica Bergamo, ministros enxergam o suporte financeiro do pai como uma possível colaboração com crimes que estão sendo investigados, como coação no andamento de processos, obstrução da justiça e até mesmo atentados à democracia.

O clima ficou ainda mais tenso com o avanço de um inquérito aberto pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que menciona diretamente Bolsonaro. O procurador-geral Paulo Gonet solicitou que o ex-presidente seja formalmente ouvido, principalmente após a confissão pública do custeio da estadia do filho no exterior. Gonet também levanta a suspeita de que Jair Bolsonaro possa estar tirando proveito das ações de Eduardo, que tem pressionado autoridades brasileiras enquanto está nos Estados Unidos.

Fontes próximas ao ex-presidente afirmam que ele já teria usado cerca de R$ 8 milhões dos R$ 17 milhões arrecadados em doações desde que deixou o Palácio do Planalto. Parte dessa verba, segundo o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, foi repassada diretamente para Eduardo. “Se não fosse o Pix, não teria como bancar essa despesa”, disse Bolsonaro em uma fala que agora pode custar caro.

Diante desse cenário, o STF já avalia possíveis medidas cautelares. Pessoas ligadas à Corte indicam que o bloqueio de bens está entre as ações mais prováveis e imediatas, mas decisões ainda mais duras podem vir à tona conforme as investigações avançam. No pedido da PGR, há menção discreta a essas possíveis sanções, classificadas como “medidas de índole cautelar”.

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