Brasil Sem Vacinas: Ministério da Saúde Deixa Milhões Desprotegidos
Onze estados e DF sofrem com falta de vacinas essenciais enquanto milhões de doses são descartadas
Um levantamento das secretarias estaduais de Saúde expôs uma situação alarmante: onze estados e o Distrito Federal enfrentam desabastecimento de vacinas essenciais. Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins estão entre os locais afetados. Entre as vacinas faltantes, estão as contra Covid-19, meningite, pneumonia, HPV, sarampo, caxumba e rubéola.
Para piorar o cenário, o Ministério da Saúde incinerou recentemente 10,9 milhões de doses de vacinas vencidas, muitas contra a Covid-19, enquanto outros 12 milhões aguardam descarte. Ainda assim, a pasta afirma que “não há falta de vacinas no país”, uma declaração que vai contra a realidade das unidades de saúde.
No Paraná, a vacina contra Covid-19 para crianças está em falta, enquanto seis estados e o DF não possuem doses contra febre amarela. A vacina contra HPV, essencial para a prevenção de cânceres, também não está disponível no Distrito Federal, Pará e Tocantins, sem alternativas pelo SUS.
O desabastecimento se espalha por vacinas fundamentais como a tríplice bacteriana (DTP), faltando em cinco estados e no DF, e a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), indisponível em algumas regiões. Mesmo a vacina contra varicela, fundamental para crianças, está em falta na maioria dos estados afetados.
No Pará, o governo atribui a falta de vacinas a “problemas com o fornecedor,” mas nenhum estado possui previsão de reposição. A desinformação não é mais a única ameaça à vacinação no Brasil; a falta de imunizantes ameaça diretamente as taxas de cobertura vacinal, que deveriam proteger entre 90% e 95% da população, mas permanecem aquém do necessário.
Enquanto isso, estados como o Rio de Janeiro e o Acre relatam “ausências pontuais”, e o Amazonas ainda espera novas remessas, sem especificar quais imunizantes estão em falta. A falta de uma resposta coordenada, somada ao desperdício de milhões de doses, coloca o país em um ciclo de vulnerabilidade e baixa imunização.
Indignação e descaso: A gestão da saúde pública brasileira caminha na contramão do que deveria ser uma prioridade. Quando a vida de milhões é relegada ao acaso e o desperdício supera o planejamento, quem paga a conta é o povo, cada vez mais desprotegido e exposto a doenças evitáveis.
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