
Caos e Desespero no Pronto-Socorro Infantil: Portas Quebradas e Revolta de Mães em Santa Maria
Superlotação no Hospital Regional gera tumulto, quebra-quebra e reação da PM. Unidade é a única referência pediátrica da região.
A tensão explodiu na tarde desta sexta-feira (23) no pronto-socorro infantil do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). Após horas de espera por atendimento, um grupo de mulheres, tomado pelo desespero, partiu para a violência e quebrou portas da unidade usando pedaços de madeira.
O vídeo do momento viralizou nas redes sociais e gerou debate acalorado. Enquanto parte dos internautas demonstrou empatia, dizendo que a reação foi fruto do descaso e da indignação, outros classificaram o episódio como vandalismo puro.
O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), responsável pela administração do hospital, confirmou que a unidade enfrenta superlotação crítica. Segundo nota divulgada, a equipe de profissionais — médicos, enfermeiros e técnicos — está completa, mas não dá conta da demanda, que extrapola a capacidade do hospital.
“A gente entende a angústia dos pacientes, mas atitudes como essa só aumentam o caos, colocam em risco quem está ali para ser atendido e pressionam ainda mais os profissionais de saúde”, afirmou o IgesDF, que também comunicou ter acionado a Polícia Militar do DF (PMDF).
A PM relatou que, na primeira ida ao local, conseguiu acalmar os ânimos e conter a confusão. No entanto, logo após a saída dos policiais, um novo episódio de depredação começou. Três pessoas passaram a quebrar portas, chutar objetos e até ameaçar os vigilantes e funcionários do hospital. Apesar da tentativa de identificar os responsáveis, até o momento ninguém foi detido.
🔴 Hospital superlotado, atendimento restrito e medo geral
O próprio IgesDF esclareceu que, diante do colapso no atendimento, só estavam sendo acolhidos os casos classificados como emergência (pulseiras laranja e vermelha). Isso gerou revolta entre os acompanhantes, especialmente mães de crianças, que, movidas pelo desespero, partiram para cima das estruturas do hospital.
Na nota oficial, o órgão reforçou que o HRSM é a única referência em pediatria em toda a região sul do Distrito Federal. A situação é agravada por uma alta expressiva na demanda, causada principalmente pelo aumento dos casos de doenças respiratórias típicas do período.
Apesar da confusão, o Iges destacou que os vigilantes agiram com responsabilidade, tentando proteger tanto os profissionais quanto os pacientes e evitando um conflito ainda maior.
A gestão também afirmou estar empenhada em buscar soluções para reduzir o tempo de espera e melhorar o fluxo de atendimento. Mas, por ora, o cenário segue de estresse, longas filas, superlotação e, infelizmente, atos de desespero como o que foi registrado.