CGU pediu à PF número de celular de Bolsonaro para intimá-lo
A CGU (Controladoria-Geral da União) solicitou à Polícia Federal o número do celular de Jair Bolsonaro para intimá-lo a prestar depoimento como testemunha em favor de Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF (Polícia Rodoviária Federal), num processo que pode custar a aposentadoria do ex-policial.
O pedido foi feito através de um ofício enviado ao delegado da PF, Fábio Alvarez Shor, que já é responsável por diversas investigações que envolvem o ex-presidente. A CGU, ao tentar localizar o número de Bolsonaro, não teve sucesso em seus sistemas internos, algo que soa até cômico, considerando o tamanho da máquina estatal e o poder que ele já teve. Parece que agora, sem a faixa presidencial, até encontrá-lo ficou mais complicado.
O detalhe curioso (e revoltante, para alguns) é que, mesmo com essa dificuldade, a CGU quer a todo custo o contato direto de Bolsonaro, ignorando os caminhos tradicionais que seriam os advogados. A defesa de Silvinei Vasques pediu que Bolsonaro fosse ouvido como testemunha, e os advogados do ex-presidente concordaram, mas fizeram questão de deixar claro que ele só se manifestará por escrito – quem diria que o homem que falava de tudo e todos agora prefere a caneta ao microfone.
Silvinei está na mira por ter sido um fiel escudeiro de Bolsonaro durante seu governo, participando de eventos, dando entrevistas e até usando as redes sociais para exaltar o então presidente. A investigação começou dentro da própria PRF, mas foi transferida para a CGU, provavelmente para evitar o óbvio conflito de interesses que esse tipo de caso provoca. O ponto crítico da história é que Silvinei, já aposentado, corre o risco de perder esse benefício, dependendo dos rumos desse processo.
Parece que, na hora de defender os seus, os aliados de Bolsonaro estão prontos a mover mundos e fundos. No entanto, a CGU ainda precisa caçar até o número do celular do ex-presidente – uma ironia para quem já teve o país todo sob sua tutela.