Com Moraes de saída do TSE, análise de recurso de Bolsonaro contra inelegibilidade pode ficar com Cármen

Com Moraes de saída do TSE, análise de recurso de Bolsonaro contra inelegibilidade pode ficar com Cármen

Ex-presidente quer reverter no STF condenação por uso político do 7 de setembro, que também atingiu Braga Netto; recurso tem que ser admitido na Corte eleitoral antes de “subir” para o Supremo

Com a saída do ministro Alexandre de Moraes da presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a análise de um recurso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra sua inelegibilidade poderá ser conduzida pela futura presidente, Cármen Lúcia.

Moraes deixará o cargo no TSE em 3 de junho, quando Cármen Lúcia assumirá a presidência. Cabe ao presidente do TSE decidir se admite ou não o recurso extraordinário que busca contestar a condenação no Supremo Tribunal Federal (STF).

A defesa de Bolsonaro apresentou o recurso em 16 de maio, questionando a decisão que declarou inelegíveis até 2030 o ex-presidente e seu então candidato a vice, Walter Braga Netto.

Entenda a Condenação

Bolsonaro e Braga Netto foram condenados por abuso de poder político e econômico durante as comemorações do Bicentenário da Independência, em 7 de setembro de 2022, em Brasília e no Rio de Janeiro. As ações foram movidas pelo PDT e pela senadora Soraya Thronicke (Podemos), que alegaram desvirtuamento dos eventos para beneficiar a campanha eleitoral.

Desde 23 de maio, o recurso aguarda decisão de Moraes após os autores das ações apresentarem suas contrarrazões.

Processo de Análise

Antes de enviar o recurso ao STF, o presidente do TSE precisa avaliar se ele atende aos requisitos. Se negar andamento, ainda é possível recorrer diretamente ao STF, como ocorreu com a primeira condenação de inelegibilidade de Bolsonaro.

No caso anterior, Moraes negou andamento ao recurso em dezembro de 2023, argumentando que ele não preenchia os requisitos necessários, e que revisar provas levantadas no caso seria inviável por meio desse instrumento.

Defesa de Bolsonaro

No recurso contra a segunda condenação, a defesa de Bolsonaro e Braga Netto alega que não houve uso ilegal das comemorações do Bicentenário para fins eleitorais. Eles argumentam que, apesar das restrições mais rigorosas para candidatos à reeleição, não se pode impedir que façam campanha.

A inelegibilidade foi definida pelo TSE em outubro de 2023, com um placar de 5 a 2, confirmando o uso eleitoral dos eventos comemorativos.

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