Conselho de classe se revolta com prêmio de “Economista do Ano” a Campos Neto
O Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP) expressou insatisfação com a premiação de “Economista do Ano” concedida ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pela Ordem dos Economistas do Brasil (OEB). A cerimônia ocorreu na sexta-feira (9), e durante o evento, Campos Neto destacou as ações do Banco Central durante a pandemia, mencionando a “polarização política” como um dos desafios de sua gestão.
Em nota, o Corecon-SP afirmou que essa foi a primeira vez na história da premiação que o título foi dado a uma pessoa que não é registrada em nenhum dos conselhos regionais de economia. Pedro Gomes, presidente do Corecon-SP, ressaltou que desde a criação do prêmio em 1959, ele nunca havia sido atribuído a alguém sem registro no conselho.
Gomes comparou a situação à de outras profissões regulamentadas, como advogados, contadores, médicos e engenheiros, que só podem atuar legalmente após o devido registro em seus respectivos conselhos profissionais. Ele questionou o fato de um bacharel em Ciências Econômicas, sem registro no Corecon, ser reconhecido como “Economista do Ano”.
O presidente do Corecon-SP também mencionou que sua crítica à premiação não está relacionada a questões ideológicas ou de pensamento econômico. Ele finalizou alfinetando o presidente da OEB, que, segundo Gomes, não possui registro como economista devido a uma condenação no Tribunal de Contas da União. Gomes sugeriu que, se o presidente da OEB quisesse conceder o título de “Jurista do Ano” a seu advogado pessoal, isso seria uma questão à parte, mas reafirmou que, legalmente, um não economista não pode ser reconhecido como tal.