
Defesa de Mauro Cid Alega que Bolsonaro Sabia de Plano, Mas Depois Retira Declaração
Em depoimento contraditório, advogado de Cid afirma que Bolsonaro estava ciente do plano golpista, mas se corrige minutos depois, negando a menção a um “plano de morte”.
O advogado de Mauro Cid, Cezar Bittencourt, gerou polêmica em uma entrevista após afirmar que o ex-presidente Jair Bolsonaro estava a par de um plano para executar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes. Segundo Bittencourt, Cid, colaborador da Justiça, confirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal que Bolsonaro “sabia de tudo” sobre a organização e seus planos.
No entanto, nove minutos após a declaração, o advogado se retratou e afirmou que não havia falado de um “plano de morte”, mas sim de um plano mais amplo, relacionado a ações políticas que estavam em curso no governo. Bittencourt explicou que Bolsonaro tinha conhecimento de certos eventos, mas não se tratava de um plano específico de execução.
“O presidente, segundo a informação, teria conhecimento dos acontecimentos que estavam se desenvolvendo. Isso ele não pode negar, mas não tem nada além disso. Eu não falei plano de morte, plano de execução, de execução como sendo o plano de morte. Falei da execução do plano pensado, imaginado, desenvolvido, nesse sentido. (…) Eu não sei que tipo de golpe poderia ser. Agora, [Bolsonaro] tinha interesse no acontecimento que estava acontecendo aqueles dias, o presidente sabia”
O depoimento de Cid gerou críticas dos investigadores, que apontaram omissões e contradições na delação. A Polícia Federal havia investigado dados apagados no computador de Cid, indicando que ele poderia ter escondido informações cruciais sobre os envolvidos no plano. O depoimento foi ouvido no STF pelo ministro Alexandre de Moraes, que decidiu manter os termos da colaboração de Cid, apesar da confusão nas declarações.
Este episódio reforça o clima de tensão política em torno do ex-presidente Bolsonaro, que é investigado por seu possível envolvimento em um golpe de Estado e outras acusações de corrupção e violação das normas democráticas.