
Deputado bolsonarista diz ser alvo de perseguição do STF e recebe apoio da oposição
Cabo Gilberto denuncia na Câmara que foi intimado pela PF e dispara contra o Supremo: “Isso é uma vergonha”
O deputado federal Cabo Gilberto Silva (PL-PB) subiu o tom na tribuna da Câmara dos Deputados na última quinta-feira (22/5). Durante seu discurso, ele relatou que recebeu uma ligação da Polícia Federal o intimando a prestar depoimento no inquérito que corre no Supremo Tribunal Federal (STF), relacionado a declarações ofensivas que ele teria feito contra o atual ministro do STF, Flávio Dino, na época em que ele ainda era ministro da Justiça.
Indignado, o parlamentar classificou a situação como “perseguição” e “intimidação” contra o Congresso Nacional. “Isso é democracia? É uma vergonha o que está acontecendo no Brasil”, disparou.
Diante dos colegas, Cabo Gilberto fez um apelo: “O Congresso precisa reagir urgentemente para restabelecer o Estado de Direito. Isso não é só contra mim, é contra todos nós”. E foi além: chamou a Polícia Federal de “gestapo nazista da Suprema Corte” e acusou alguns policiais de manchar a imagem da instituição por, segundo ele, participarem de “inquéritos fraudulentos”.
Parlamentares da oposição rapidamente se solidarizaram. O líder da oposição na Câmara, deputado Zucco (PL-RS), saiu em defesa do colega e classificou o episódio como “perseguição política escancarada”. “Virou crime criticar um ministro do STF? Todo meu apoio ao deputado”, escreveu.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) também engrossou o coro das críticas. “No Brasil, um congressista não pode nem defender o próprio Poder que representa. É surreal”, publicou nas redes sociais.
O episódio acendeu mais uma faísca na já desgastada relação entre parte do Congresso e o Supremo Tribunal Federal.