Detenção de jornalista português pela PF ganha repercussão internacional
Na manhã deste domingo (25), a detenção do jornalista português Sérgio Tavares no Aeroporto de Guarulhos, quando chegava ao Brasil para cobrir a manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, ganhou destaque internacional. O jornalista teve seu passaporte retido pela Polícia Federal por cerca de três horas e meia.
Glen Greenwald, um jornalista de esquerda norte-americano, compartilhou a notícia em sua conta no X, destacando que Tavares havia entrevistado Bolsonaro recentemente. O vídeo em que o português detalha as perguntas feitas pelos policiais federais também foi repostado por Greenwald. O jornal polonês Visegrád24 também noticiou a detenção, divulgando informações semelhantes.
Em Portugal, o partido Alternativa Democrática Nacional (ADN) emitiu um comunicado exigindo a intervenção imediata do presidente Marcelo Rebelo de Sousa e da Embaixada de Portugal no Brasil, considerando a detenção como uma “perseguição fascista de uma extrema-esquerda que apoia o presidente Lula”.
A Polícia Federal, em nota à Folha de S. Paulo, afirmou que Tavares não apresentou um visto de trabalho, necessário para sua atividade no Brasil. Além disso, o jornalista foi questionado sobre seus comentários nas redes sociais, nos quais mencionou a democracia brasileira como uma “ditadura do Judiciário”. A PF ressaltou que tais procedimentos são comuns na maioria dos aeroportos internacionais. A retenção do passaporte provocou diferentes reações entre os leitores, predominantemente marcadas pela indignação.