Eduardo Bolsonaro se revolta, crítica Gonet e compara PGR a Moraes após ser alvo do STF

Eduardo Bolsonaro se revolta, crítica Gonet e compara PGR a Moraes após ser alvo do STF

Inquérito foi aberto após pedido da PGR. Filho de Bolsonaro diz que sofre “perseguição” e promete seguir pressionando autoridades dos EUA contra ministros do Supremo.

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a subir o tom nas redes sociais após se tornar alvo de um novo inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação foi aberta nesta segunda-feira (26/5), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), e mira a atuação do parlamentar nos Estados Unidos.

Indignado, Eduardo não poupou críticas e atacou diretamente o procurador-geral da República, Paulo Gonet, chegando a comparar sua atuação à do ministro Alexandre de Moraes. “Isso é uma medida injusta e desesperada”, disparou ele.

Pelas redes, Eduardo acusou Gonet de se aliar ao que chamou de “regime” no Brasil. “Como já previ, essa seria a reação dos serviçais desse sistema. É exatamente por isso que estou nos Estados Unidos. Gonet, você agora divide o palco dos maiores violadores de direitos humanos junto com Moraes. Se prestou ao papel sujo de prender inocentes nesse circo montado pelo tiranete do Alexandre”, publicou.

O deputado também demonstrou confiança de que autoridades americanas, como o secretário de Estado Marco Rubio e o ex-presidente Donald Trump, não “comprarão a narrativa da esquerda brasileira” e seguirão pressionando o governo brasileiro.

O que diz a PGR?

Para a PGR, Eduardo não tem escondido seu objetivo: pressionar o governo dos Estados Unidos a impor sanções contra ministros do STF, além da própria PGR e da Polícia Federal. Na visão do procurador Paulo Gonet, essa conduta pode configurar tentativa de interferência direta nos processos em andamento na Justiça brasileira — especialmente nas ações que envolvem seu pai, Jair Bolsonaro, acusado de liderar uma organização criminosa para tentar subverter o resultado das eleições de 2022.

“O que se vê é uma clara tentativa de intimidar agentes públicos, investigadores e julgadores, num esforço para desestabilizar o curso normal da Justiça”, escreveu Gonet no pedido de abertura do inquérito.

Pressão internacional

De acordo com a representação, as movimentações de Eduardo incluem pedidos ao governo norte-americano para que sejam aplicadas sanções severas contra membros do Judiciário brasileiro. Entre elas estão o bloqueio de bens, a cassação de vistos e a proibição de relações comerciais com pessoas ou empresas ligadas ao Brasil.

Gonet classificou as ações como uma espécie de “pena de morte civil internacional”, tamanha a gravidade das medidas solicitadas pelo deputado.

Riscos aos julgamentos

O Ministério Público aponta que essa estratégia de Eduardo visa interferir diretamente no andamento dos processos que envolvem não só ele, mas também seu pai e aliados. O objetivo, segundo a PGR, seria criar pressão externa suficiente para tentar travar ou influenciar as decisões do STF e dos órgãos de investigação no Brasil.

Uma das provas citadas no documento é uma declaração do próprio deputado, registrada em reportagem do jornal O Globo, na qual ele afirma que “quanto mais o julgamento contra Bolsonaro avança, mais as sanções vão se acelerar”.

Agora, com o inquérito aberto, Eduardo Bolsonaro volta oficialmente ao centro das investigações que cercam a família e os aliados do ex-presidente, enquanto segue apostando na pressão internacional como trunfo.

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