
Estados governados pela oposição lideram queda nos homicídios no Brasil
Levantamento mostra que São Paulo, Santa Catarina e outros estados fora da base de Lula apresentam os melhores resultados na segurança pública
Um levantamento do Atlas da Violência, produzido pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, trouxe uma constatação desconcertante para o Palácio do Planalto: os estados comandados por governadores de oposição registraram as menores taxas de homicídios no país. O estudo analisou dados de 2013 a 2023 e revelou que, apesar de uma média nacional de 21,2 assassinatos por 100 mil habitantes no ano passado, algumas regiões conseguiram índices muito inferiores a isso.
O estado que se destacou foi São Paulo, governado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), com uma taxa de apenas 6,4 homicídios por 100 mil habitantes — a menor do Brasil. Logo atrás veio Santa Catarina, administrada por Jorginho Mello (PL), com 8,8 por 100 mil. Em terceiro lugar ficou o Distrito Federal, sob o comando de Ibaneis Rocha (MDB), com 11 por 100 mil. Minas Gerais, governado por Romeu Zema (Novo), teve 12,9 homicídios por 100 mil habitantes, mesmo com um leve aumento em relação a 2022.
Enquanto isso, estados alinhados ao governo Lula enfrentam mais dificuldades para controlar a violência. A Bahia, comandada há quase duas décadas pelo PT, viu uma queda nos homicídios em 2023, mas ainda mantém uma alarmante taxa de 43,9 por 100 mil habitantes — mais que o dobro da média nacional. Em 2013, esse número era de 39,3. No Ceará, sob a gestão do também petista Elmano de Freitas, a taxa está em 32. Já o Piauí, do governador Rafael Fontelles (PT), alcançou 22 homicídios por 100 mil — perto da média nacional, mas ainda distante dos estados mais seguros.
Para o professor da FGV e membro do Fórum de Segurança Pública, Rafael Alcadipani, a diferença de desempenho se explica por prioridades distintas. Ele aponta que estados como São Paulo investem em patrulhamento ostensivo e inteligência, enquanto, segundo ele, a esquerda “praticamente não tem política” para a segurança pública.
Os números jogam luz sobre um tema espinhoso e cada vez mais urgente: a forma como os diferentes governos enfrentam a criminalidade. E mostram que, quando o assunto é segurança, o resultado pode depender muito mais de gestão e foco do que de bandeira partidária.