EUA anunciam lei para restringir vistos de autoridades estrangeiras que censuram americanos

EUA anunciam lei para restringir vistos de autoridades estrangeiras que censuram americanos

Marco Rubio apoia medida que pode atingir representantes da América Latina, incluindo o ministro do STF Alexandre de Moraes

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, revelou uma nova medida que pretende limitar a entrada de autoridades estrangeiras que, segundo ele, participam da censura contra cidadãos americanos. Embora ainda não tenha divulgado exatamente quem será afetado, Rubio mencionou a América Latina como uma das regiões onde a medida terá impacto — e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, aparece como um possível alvo.

Rubio baseia essa decisão em uma parte específica da lei norte-americana — a seção 212(a)(3)(C) da Lei de Imigração e Nacionalidade. Essa norma dá ao secretário de Estado o poder de barrar a entrada de estrangeiros quando isso possa prejudicar os interesses diplomáticos dos EUA.

Em suas próprias palavras, Rubio explicou: “[Essa seção permite que eu considere inadmissível qualquer estrangeiro cuja entrada possa causar graves danos à política externa do país].” Porém, até o momento, ele não divulgou uma lista clara de quem será afetado.

A lei prevê algumas exceções, principalmente para funcionários públicos e candidatos a cargos políticos, que não podem ser barrados apenas por suas opiniões, crenças ou associações — desde que esses pontos sejam legais nos EUA. Mas existe uma “brecha” na lei que Marco Rubio está usando para justificar essa ação: ele pode, pessoalmente, decidir que a entrada de alguém representa um risco para os interesses americanos.

Se a restrição for aplicada, o secretário de Estado precisa informar com antecedência a identidade da pessoa e as razões para essa decisão a órgãos do governo dos EUA.

Normalmente, quando alguém solicita um visto americano, um funcionário consular avalia se o pedido está dentro das regras vigentes e pode negar o visto se julgar que o solicitante não é elegível.

Além dessa medida, Rubio já sinalizou que o governo dos EUA avalia aplicar a Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes. Essa lei, em vigor desde 2012, permite punir estrangeiros envolvidos em violações de direitos humanos ou corrupção.

A polêmica cresce no Congresso americano, onde deputados próximos ao ex-presidente Donald Trump e aliados da família Bolsonaro, como Cory Mills, têm feito duras críticas ao Brasil, mencionando retrocessos em direitos humanos e classificando ex-presidentes como presos políticos.

Essa situação coloca Moraes no centro de um confronto diplomático delicado, com reflexos que podem ampliar tensões entre Brasil e Estados Unidos.

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