Ex-aluna de Silvio Almeida relata pressão e assédio
É de causar repulsa e indignação. Mais uma mulher veio a público para relatar o que viveu nas mãos de Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos, acusado de assédio sexual. Dessa vez, uma ex-aluna de Direito da Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo, contou à Polícia Federal que foi pressionada por Almeida em 2009, quando estava prestes a defender sua monografia. O relato da vítima, identificado como Carla, faz o estômago revirar: Almeida teria ligado diversas vezes para ela, insistindo que eles se encontrassem para discutir o tema do trabalho, com a velha desculpa de que não queria que ela “fosse prejudicada”.
Ora, uma “preocupação” que mais parece o lobo disfarçado de cordeiro. Não houve elevação de tom, segundo Carla, mas o jogo de pressão constante era suficiente para deixar qualquer pessoa atemorizada. E quem não ficaria? Um professor, em posição de autoridade, insinua que pode interferir no seu desempenho acadêmico. O medo de represálias a calou na época, mas agora, com outras denúncias vindo à tona, Carla decidiu expor o que sofreu. “Fiquei com medo dele realmente me prejudicar”, disse, mostrando que o terror psicológico é uma arma poderosa.
E isso não parou por aí. Almeida, que já negou as acusações, foi afastado do governo em meio ao turbilhão de denúncias que envolve, inclusive, a ministra Anielle Franco. Estudantes e até uma professora também relataram situações parecidas: Almeida, conforme consta, usava sua posição para tentar extorquir favores sexuais em troca de boas avaliações. É revoltante pensar que um homem que deveria proteger os direitos humanos é justamente quem os viola de forma tão vil e desprezível.
A Universidade São Judas Tadeu, em resposta, disse que não recebeu denúncias formais, mas abriu uma investigação interna. No entanto, quantas vezes já ouvimos essa mesma história? Quando um sistema que deveria amparar as vítimas vira as costas, a cultura de silêncio se perpetua. Que este caso seja um grito de basta! E que Silvio Almeida, que nega veementemente os relatos, enfrente as devidas consequências. Justiça para Carla, para todas as outras vítimas e para todos que sofrem calados.