Fim de uma era: Suprema Corte argentina sela destino político de Cristina Kirchner

Ex-presidente é condenada a seis anos de prisão por corrupção e fica impedida de disputar cargos públicos

A Justiça da Argentina bateu o martelo nesta terça-feira (10/6): Cristina Kirchner, ex-presidente e uma das figuras mais influentes da política sul-americana nas últimas décadas, foi condenada definitivamente a seis anos de prisão por corrupção. A decisão partiu da Suprema Corte, que rejeitou o último recurso da defesa e determinou a prisão imediata da ex-líder peronista.

Com isso, Cristina não só pode ser presa a qualquer momento, como também está oficialmente proibida de ocupar qualquer cargo público pelo resto da vida. A condenação refere-se a um esquema de favorecimento a empreiteiras aliadas entre 2007 e 2015, período em que ocupou a presidência, além do tempo como vice de Alberto Fernández (2019–2023). Segundo o Ministério Público argentino, o esquema desviou o equivalente a cerca de R$ 1 bilhão dos cofres públicos.

A Suprema Corte afirmou que a decisão se baseia em “abundantes provas” reunidas ao longo do processo, rebatendo os argumentos da defesa de que se tratava de uma manobra judicial com motivações políticas.

Cristina recebeu a notícia na sede do Partido Justicialista, em Buenos Aires, onde discursou para seus apoiadores. Indignada, chamou os magistrados de “fantoches” e acusou o presidente Javier Milei de estar destruindo áreas essenciais do país, como a educação e a economia. Ela também afirmou ser vítima de perseguição política.

Antes da sentença definitiva, Kirchner havia cogitado disputar uma vaga de deputada nas eleições de setembro. Com a condenação confirmada, esse plano cai por terra. No entanto, por ter mais de 70 anos, ela pode solicitar que a pena seja cumprida em regime domiciliar.

O veredito marca um momento decisivo para a política argentina — e o fim simbólico de uma das trajetórias mais controversas do continente.