Fraude no INSS: Servidores teriam usado nomes errados para facilitar esquema, revela PF

Fraude no INSS: Servidores teriam usado nomes errados para facilitar esquema, revela PF

Investigação aponta que diretores do INSS enviaram dados falsificados para empresas de tecnologia, favorecendo descontos ilegais em aposentadorias e pensões.

Uma investigação da Polícia Federal descobriu um esquema preocupante dentro do INSS: servidores de alto escalão teriam cadastrado nomes errados de aposentados e pensionistas para viabilizar fraudes. Segundo o inquérito, dois servidores que ocupavam cargos importantes na instituição — Geovane Batista Spiecker, ex-diretor substituto de benefícios, e Reinaldo Carlos Barroso de Almeida, ex-coordenador-geral de suporte — teriam enviado arquivos contendo dados falsificados para a Dataprev, empresa responsável pelo processamento de informações do INSS.

O relatório da PF destaca que, ao contrário do que ocorre normalmente, os arquivos enviados por eles não tinham o padrão comum, que é individualizado em formato PDF para cada beneficiário. Em vez disso, foram entregues múltiplos documentos compactados em arquivos zip, sem detalhar claramente quem eram os supostos beneficiários. Além disso, Geovane e Reinaldo nem sequer tinham autorização das associações para fornecer esses dados.

O setor responsável por esses cadastros, a Diretoria de Benefícios do INSS, deveria garantir a fiscalização correta dos acordos com associações de aposentados, mas, conforme a investigação, esses servidores atuavam como representantes dessas associações, substituindo indevidamente as pessoas habilitadas para isso.

A PF aponta que isso criou uma verdadeira “indústria” de documentos falsos para aplicar descontos ilegais em aposentadorias e pensões. Alguns nomes aparecem duplicados ou escritos erradamente, como um caso de um “Antonio” que foi registrado como “Aantonio”, como se fosse uma pessoa diferente, beneficiária de duas entidades distintas.

No dia 23 de abril, a Polícia Federal fez buscas e apreensões nos celulares, computadores e documentos dos dois investigados. Até o momento, a defesa de Geovane e Reinaldo não foi localizada. O espaço permanece aberto para esclarecimentos.

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