
Frente Parlamentar do Agro Exige Apuração Imparcial sobre Envolvimento em Suposto Golpe
Setor agropecuário pede que a imagem de seus representantes não seja comprometida por “ações isoladas” de supostos envolvidos no plano golpista de 2022
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) manifestou, neste final de semana, a necessidade de uma investigação rigorosa e célere sobre o possível envolvimento de produtores rurais no financiamento do suposto golpe de Estado planejado para o fim de 2022. A prisão do general Walter Braga Netto, ocorrida no último sábado (14), deu novo impulso às apurações.
Composta pela maior bancada do Congresso, a FPA, que reúne 340 deputados e senadores, ressaltou que a imagem do agronegócio não deve ser prejudicada por “ações isoladas”, defendendo que as investigações sigam os princípios constitucionais de legalidade, transparência e equilíbrio.
Esse posicionamento surge após as declarações de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), que, em depoimento à Polícia Federal, alegou que Braga Netto teria recebido recursos financeiros do “pessoal do agronegócio”, os quais foram repassados, em dinheiro vivo, a um militar, dentro de uma sacola de vinho.
Segundo a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou a prisão de Braga Netto, o general teria sido um dos organizadores do “Plano Punhal Verde e Amarelo”, um suposto esquema que visava sequestrar e até executar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A operação “Copa 2022”, que se referia a esse plano, tinha como objetivo a execução de ataques violentos, e a Polícia Federal conseguiu documentos que indicam que o dinheiro teria sido repassado para viabilizar as ações.
Com o encerramento da investigação sobre o suposto golpe, que havia indiciado 37 pessoas, incluindo Braga Netto e Bolsonaro, o clima de apreensão aumentou, especialmente com a prisão de Braga Netto. A apuração também inclui o assessor do general, Flávio Botelho Peregrino, alvo de busca e apreensão pela PF.
A FPA, por sua vez, reafirma sua posição de que os responsáveis por qualquer ato ilegal sejam punidos de acordo com a lei, sem prejudicar a credibilidade de um setor crucial para a economia nacional.