
Gilson Machado é solto após decisão de Moraes: “Foi um mal-entendido”
Ex-ministro do Turismo, ligado a Bolsonaro, estava preso por suspeita de tentar facilitar passaporte para Mauro Cid; ele nega e diz que só queria renovar o documento do pai.
Gilson Machado, ex-ministro do Turismo e aliado próximo de Jair Bolsonaro, deixou a prisão na noite desta sexta-feira (13), após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogar a ordem de prisão que havia sido emitida pela manhã.
A detenção, feita pela Polícia Federal, envolvia suspeitas de que Machado teria tentado ajudar Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e atualmente investigado, a conseguir um passaporte português — possivelmente para deixar o país.
Preso em casa, no bairro de Boa Viagem, no Recife, Gilson foi levado à sede da PF, passou por exames no IML e depois foi transferido para o presídio do Cotel, onde ficou em cela isolada, “por segurança”. Às 23h, foi libertado.
Na saída, falou com jornalistas e classificou toda a situação como “um mal-entendido”. Disse estar disposto a prestar todos os esclarecimentos necessários e frisou que a revogação foi feita pelo mesmo ministro que determinou sua prisão.
Machado alegou que entrou em contato com o Consulado Português apenas para renovar o passaporte do pai, de 85 anos. “Não matei, não trafiquei, só pedi um passaporte para o meu pai”, declarou.
A Polícia Federal, no entanto, acredita que ele agiu em favor de Mauro Cid, com base em mensagens e arquivos encontrados no celular do militar. Segundo as investigações, desde janeiro de 2023, Cid buscava formas de obter cidadania portuguesa.
A Procuradoria-Geral da República já se manifestou pedindo que o caso seja investigado pelo STF. O celular, o carro e outros bens de Gilson Machado foram apreendidos durante a operação.
O ex-ministro, de 57 anos, é também empresário do setor turístico, sanfoneiro de banda de forró e veterinário formado pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
Ainda sem acesso total ao processo, a defesa afirma desconhecer os detalhes da acusação. O caso continua sob investigação.