Globo e outras gigantes deixam de pagar bilhões em impostos enquanto pregam cortes em saúde e educação

Globo e outras gigantes deixam de pagar bilhões em impostos enquanto pregam cortes em saúde e educação

O discurso hipócrita da elite midiática: ajuste fiscal para os pobres, isenção milionária para si mesmos

Os grandes conglomerados da mídia brasileira, que não poupam esforços para defender cortes no orçamento em áreas sociais como saúde, educação e reajustes do salário mínimo, seguem outra lógica quando o assunto é o próprio bolso. Dados inéditos da Receita Federal revelam que a Globo, símbolo da “imprensa liberal”, obteve mais de R$ 177 milhões em isenções fiscais apenas nos primeiros oito meses deste ano.

O principal CNPJ da família Marinho, que controla o império midiático, escapou de pagar R$ 150 milhões graças à desoneração da folha de pagamento. Essa mesma bandeira, tão frequentemente exaltada, serve de justificativa para demissões em massa e redução salarial. Além disso, outras empresas do grupo, como a Editora Globo e a Rádio Globo, também se beneficiaram, deixando de recolher milhões em impostos.

Não para por aí. Record, Folha/UOL, Estadão e SBT estão no mesmo trem da alegria fiscal. Enquanto defendem cortes no BPC, aposentadorias e salários, acumulam cifras impressionantes em isenções tributárias. Só o grupo Record, de Edir Macedo, economizou R$ 29,9 milhões. A Folha da Manhã S.A., responsável pelo jornal homônimo, deixou de pagar R$ 6,9 milhões, enquanto o Estadão poupou R$ 12,7 milhões. Até o SBT, da família Abravanel, somou R$ 17,5 milhões em desonerações na matriz paulista.

A crítica de Haddad: esforço fiscal deve ser de todos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deu o recado direto à imprensa: “O esforço fiscal tem que ser de todos, inclusive de vocês”. Durante a divulgação inédita dos dados, Haddad destacou que, entre janeiro e agosto deste ano, R$ 12,3 bilhões de renúncias fiscais foram concedidos a empresas da chamada “mídia liberal”. Ele criticou o uso de programas como a desoneração da folha e o Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), criado na gestão Bolsonaro, como ferramentas para evitar o pagamento de tributos.

Haddad também cobrou uma revisão de postura dos veículos de comunicação, que, enquanto torcem por ajustes severos contra os mais pobres, seguem beneficiando-se de privilégios fiscais bilionários. “Vocês têm que parar de defender interesses particulares e passarem a defender interesses gerais de toda a sociedade”, afirmou o ministro.

A revelação escancara o abismo entre o discurso de austeridade pregado pela elite midiática e a realidade de seus próprios benefícios. Enquanto a população sofre com cortes e sacrifícios, os gigantes da comunicação seguem engordando seus cofres à sombra de isenções tributárias, perpetuando a desigualdade que fingem combater.

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