Greve dos professores do Recife segue sem acordo: categoria resiste à proposta da prefeitura

Greve dos professores do Recife segue sem acordo: categoria resiste à proposta da prefeitura

Educadores exigem reajuste integral e valorização profissional; prefeitura suspende negociações e só volta a conversar com o fim da paralisação

A greve dos professores da rede municipal do Recife, iniciada na última sexta-feira (9), continua sem previsão de término. A categoria reivindica um reajuste salarial de 6,27%, conforme portaria do Ministério da Educação publicada em janeiro deste ano. No entanto, a proposta da prefeitura — de apenas 2,45% — foi rejeitada por unanimidade em assembleia do Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere).

Segundo o sindicato, a gestão municipal suspendeu a reunião prevista para esta terça-feira (13), alegando que não negociará enquanto a paralisação estiver em curso. “Recebemos a informação de que a reunião foi cancelada porque o governo decidiu não dialogar com categorias em greve. Isso é inaceitável”, afirmou Jaqueline Dornelas, coordenadora geral do Simpere.

Durante a tarde, professores se juntaram a profissionais de enfermagem — também em greve — e caminharam em protesto pelas ruas do centro do Recife. A manifestação começou na Câmara de Vereadores e seguiu até a Avenida Conde da Boa Vista. O sindicato avalia que a adesão ao movimento está próxima de 98%.

A pauta da categoria vai além do reajuste salarial. Os professores também cobram valorização da carreira, melhorias na estrutura das escolas, pagamento justo a aposentados e o cumprimento da jornada com direito à aula-atividade.

Em nota, a Prefeitura do Recife lamentou a paralisação e reiterou que os profissionais recebem o piso ou até acima dele, conforme a legislação federal. Disse ainda que os reajustes dos últimos quatro anos somam até 79%, e que a educação é uma prioridade da gestão. Mesmo assim, manteve a posição de só retomar o diálogo após o fim da greve.

“Greve é um direito garantido por lei. O governo não pode simplesmente fechar as portas da negociação. A nossa luta é por respeito, por reconhecimento e por uma educação pública de qualidade”, declarou Jaqueline.

O Simpere marcou uma nova assembleia para esta quarta-feira (14), em que pretende reforçar o pedido de retomada do diálogo com o governo. A categoria também reafirma o compromisso de repor todas as aulas perdidas ao longo da paralisação.

Enquanto isso, as escolas da rede municipal seguem com atividades suspensas e milhares de estudantes continuam sem aulas — vítimas diretas do impasse entre educadores e o poder público.

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