Haddad e Pacheco vão discutir insatisfação dos governadores com plano de renegociação das dívidas
Descontentamento dos governadores com a proposta de Haddad Governadores do Sul e Sudeste agora discutem com Pacheco uma solução alternativa para o débito dos Estados com o governo federal.
Durante um encontro na última terça-feira (26), o ministro da Economia, Fernando Haddad, revelou aos governadores do Sul e do Sudeste um plano que vincula a diminuição dos juros da dívida estadual com a União a investimentos em educação técnica de nível médio.
Um governador expressou que esperavam uma discussão sobre a reforma do Regime de Recuperação Fiscal. Em vez disso, se depararam com uma proposta que, embora abordasse juros, efetivamente obrigava os estados a se comprometerem com um projeto do governo central.
Na sequência, em uma coletiva ao lado de Alexandre Padilha, Ministro de Relações Institucionais, os governadores, mantendo a formalidade, reconheceram a tentativa de diálogo do governo, mas ressaltaram a necessidade de analisar com mais detalhes a sugestão de Haddad e mostraram preferência por uma abordagem menos restrita ao ensino médio técnico.
Logo depois, eles se reuniram com Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, para expressar suas frustrações e buscar alternativas. Pacheco, que já havia sugerido uma solução diferente para o Regime de Recuperação Fiscal ao presidente Lula e a Haddad, encontrou apoio entre os governadores insatisfeitos com a proposta do ministro.
Agora, com uma nova estratégia em mãos, os governadores buscam incorporar sugestões ao projeto de Pacheco, esperando resolver legislativamente a questão sem depender exclusivamente da administração central.
A proposta de Pacheco, que inclui o refinanciamento de dívidas e a possibilidade de federalizar empresas estatais como parte do pagamento da dívida estadual com a União, parece ganhar força. Apesar da falta de um posicionamento oficial da equipe econômica de Haddad, a iniciativa de Pacheco tem potencial para avançar no Congresso, contando com o apoio dos governadores.
Os estados, enfrentando o desafio de negociar com o governo federal, veem na proposta “Juros por Educação” de Haddad uma limitação excessiva, direcionando suas expectativas e esforços para uma solução mais abrangente e flexível através do Congresso.
A “Juros por Educação” de Haddad propõe uma redução temporária dos juros sobre as dívidas estaduais, condicionada ao investimento em educação técnica. Apesar da intenção de promover a educação, os governadores buscam uma abordagem que permita uma gestão mais autônoma dos recursos e investimentos, refletindo a complexidade da situação fiscal dos estados e a necessidade de soluções que respeitem suas particularidades e prioridades.