Haddad joga culpa por déficit recorde no colo de Bolsonaro
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, atribuiu a responsabilidade pelo déficit fiscal recorde em 2023 ao governo anterior liderado por Jair Bolsonaro, caracterizando-o como um “calote”. Haddad explicou que uma parte significativa do déficit, cerca de R$ 230 bilhões, resultou do pagamento de precatórios atrasados e de dívidas relacionadas ao ICMS sobre combustíveis, que, segundo ele, poderiam ter sido prorrogadas para 2027. O ministro afirmou que essa decisão foi tomada pelo governo anterior, sem mencionar se a renegociação dos precatórios foi uma iniciativa da atual gestão.
Em entrevista em Brasília, Haddad ressaltou que o déficit do governo central em 2023 atingiu R$ 230,5 bilhões, sendo o segundo pior resultado na série histórica desde 1997. Ele mencionou que essa situação foi impactada pela liberação de R$ 92 bilhões em precatórios em dezembro, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ministro destacou que, excluindo os gastos com precatórios, o déficit em dezembro foi de R$ 23,8 bilhões. Ele também apontou que o ano fechou com um superavit de R$ 75,7 bilhões no Tesouro Nacional e no Banco Central, enquanto a Previdência Social registrou um déficit de R$ 306,2 bilhões.
Haddad afirmou que a despesa total aumentou em 12,5%, enquanto a receita líquida diminuiu em 2,2% em termos reais até dezembro. Ele explicou que a Fazenda teve que realizar pagamentos de R$ 27 bilhões para compensar estados e municípios por perdas relacionadas à redução das alíquotas de ICMS no último ano do governo anterior.