Inquérito para apurar vazamento de mensagens preocupa ministros do STF

Inquérito para apurar vazamento de mensagens preocupa ministros do STF

Integrantes da Corte avaliam que Moraes “dobrou aposta” e que era preferível evitar desgastes

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de abrir um inquérito para investigar o vazamento de conversas entre seus assessores e ex-colaboradores gerou preocupação entre alguns de seus colegas de Corte.

Segundo fontes ouvidas pela CNN, alguns ministros acreditam que Moraes “dobrou a aposta” ao avançar com essa investigação, quando o ideal seria evitar novos desgastes. Na visão dessas fontes, as críticas ao ministro já estavam diminuindo nos últimos dias, e a abertura de uma nova frente investigativa poderia reacender essas controvérsias, especialmente porque o caso envolve o próprio Moraes como relator.

Internamente, há uma percepção de que o desgaste enfrentado por Moraes acaba afetando todo o STF, o que não é desejável em um momento em que o Judiciário busca estabelecer um ambiente mais pacífico com o Congresso, após as tensões geradas pela crise das emendas parlamentares.

O inquérito foi iniciado após o jornal “Folha de S.Paulo” divulgar que o gabinete de Moraes teria solicitado ao TSE a produção de relatórios fora do procedimento habitual, com o objetivo de fundamentar decisões do ministro no inquérito das “fake news”. Moraes nega qualquer irregularidade nessas ações.

Uma das primeiras ações do inquérito foi a convocação de Eduardo Tagliaferro, perito, para prestar depoimento à Polícia Federal (PF) sobre o vazamento das mensagens de seu celular. A oitiva está marcada para às 11h desta quinta-feira (22), na superintendência da PF em São Paulo. A defesa do perito solicita o acesso completo aos autos do inquérito, que corre sob sigilo no STF, e o adiamento do depoimento.

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