Irã desafia Trump a encerrar guerra com uma ligação e exige o fim dos ataques israelenses

Irã desafia Trump a encerrar guerra com uma ligação e exige o fim dos ataques israelenses

Chanceler iraniano diz que Washington tem poder de parar o conflito com Israel e cobra retomada da diplomacia sem “pressões irracionais”

Em meio aos bombardeios que sacudiram Teerã nesta segunda-feira (16), o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, declarou que os Estados Unidos poderiam acabar com a guerra com um simples gesto. Segundo ele, um único telefonema de Donald Trump seria suficiente para conter a ofensiva de Israel e abrir caminho para uma solução diplomática.

“Bastaria um telefonema de Washington para calar Netanyahu e permitir que a diplomacia voltasse a ter espaço”, afirmou Araqchi, em tom direto. Para o chanceler iraniano, o governo de Israel é o agressor, e enquanto os ataques continuarem, o Irã não ficará de braços cruzados. “Se Trump estiver realmente comprometido com a paz, sabe exatamente o que precisa fazer.”

Os bombardeios israelenses atingiram a emissora estatal iraniana e deixaram nuvens de fumaça cobrindo o céu da capital. Em resposta, mísseis iranianos mataram 11 pessoas em Israel, no quarto dia de uma escalada aérea que ameaça incendiar a região.

Araqchi também acusou Tel Aviv de sabotar as negociações nucleares que estavam em andamento com os Estados Unidos. Um novo encontro entre as partes, que aconteceria em Omã no domingo, foi cancelado. Segundo ele, o diálogo só será retomado se os ataques cessarem por completo.

Além disso, o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, reforçou ao presidente francês Emmanuel Macron que não aceitará “imposições irracionais sob pressão” e que não há espaço para diálogo enquanto os bombardeios israelenses prosseguirem.

Em uma crítica dura, Araqchi chamou o premiê israelense Benjamin Netanyahu de “criminoso de guerra” e disse que ele tem manipulado sucessivos presidentes norte-americanos para justificar conflitos no Oriente Médio há quase 30 anos. “Ele está fazendo mais um presidente americano — e todos os contribuintes dos EUA — parecerem completos idiotas”, disparou.

A publicação veio acompanhada de imagens antigas de Netanyahu falando ao Congresso dos EUA em 2002, quando pressionava pela invasão do Iraque sob a justificativa de que o país buscava armas nucleares — argumento que nunca se confirmou.

O Irã insiste que não começou essa guerra e que luta apenas para proteger seu povo. “Não queremos perpetuar esse derramamento de sangue, mas resistiremos até a última gota se necessário”, declarou o ministro.

No cenário internacional, Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, afirmaram ter conversado sobre o conflito e concordado que ele precisa chegar ao fim — embora sem indicar um caminho claro. Putin afirmou ainda que mantém diálogo com ambas as partes e se colocou como potencial mediador.

Enquanto a diplomacia patina, as ruas do Iraque se encheram de manifestantes pró-Irã, exigindo o fim da violência e denunciando os ataques de Israel e o apoio dos EUA. Cartazes, bandeiras e bonecos representando Trump e Netanyahu foram erguidos em protestos que tomaram cidades sagradas como Najaf e Bagdá.

A guerra continua, mas o apelo do Irã é claro: se os EUA realmente quiserem, podem pôr fim ao conflito com uma única ligação.

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