
Lindbergh detona Eduardo Bolsonaro: “Tá depredando o STF, só que de forma simbólica”
Deputado denuncia que filho de Bolsonaro articula, dos EUA, ataques contra autoridades brasileiras. PT pede bloqueio de bens e quebra de sigilo de Jair Bolsonaro.
Após prestar depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira (2), o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), não poupou palavras. Ele acusou Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de promover uma “depredação simbólica” contra o Supremo Tribunal Federal (STF) direto dos Estados Unidos.
A declaração veio no contexto da investigação aberta pela PF, que apura se o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro estaria agindo no exterior para intimidar autoridades brasileiras e atrapalhar as investigações no Brasil.
Para Lindbergh, o comportamento de Eduardo é uma extensão dos atos golpistas já conhecidos. “Qual é a diferença entre quem quebrou vidraça no 8 de janeiro e o que Eduardo faz de fora? É uma destruição simbólica. Ele articula para que autoridades brasileiras, como ministros do STF, o procurador-geral e delegados da PF, sejam sancionados internacionalmente”, afirmou o parlamentar.
Lindbergh foi quem protocolou a denúncia que motivou a abertura do inquérito pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo ele, o depoimento dado à PF serviu para mostrar como a atuação de Eduardo no exterior faz parte da mesma engrenagem da tentativa de golpe que segue sendo investigada no Supremo.
“É um crime continuado. Eles não pararam. Eduardo quer, claramente, intimidar o STF e sabotar as investigações contra essa organização criminosa da qual faz parte”, disparou.
O deputado também alertou que a situação pode gerar uma crise diplomática grave, uma vez que Eduardo opera dos Estados Unidos para desestabilizar instituições brasileiras. Por isso, o PT acionou a Justiça pedindo o bloqueio imediato dos bens de Jair Bolsonaro e a quebra de seu sigilo bancário e fiscal, além dos demais envolvidos. O objetivo, segundo ele, é rastrear possíveis transferências de dinheiro para fora do país, levantadas via doações suspeitas feitas por PIX.
▶️ O que diz a PGR
A Procuradoria-Geral da República já havia informado que Eduardo Bolsonaro, desde o ano passado, vem pedindo publicamente ao governo dos EUA que aplique sanções contra ministros do STF. A PGR entende que isso pode configurar tentativa de coação no curso do processo e obstrução de justiça, já que tenta enfraquecer a atuação do Judiciário no caso que envolve seu pai.
O ministro Alexandre de Moraes, relator das ações que investigam a tentativa de golpe, determinou a abertura de um inquérito específico contra Eduardo Bolsonaro por essas ações no exterior.
🚨 Fuga disfarçada de “perseguição”
Vale lembrar que Eduardo se licenciou do mandato e se mudou para os Estados Unidos no fim de fevereiro. Disse que está sendo “perseguido” no Brasil e teme ser preso pelo STF. Desde então, não informou quando – ou se – pretende voltar.
Nos bastidores, porém, a leitura é outra: a viagem seria uma estratégia para fugir do cerco judicial que aperta não só o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas também seus aliados mais próximos.