Lira Conquista Apoio do PT e de Bolsonaro com Anistia em Jogo para Sucessão na Câmara
Comissão Especial pode abrir caminho para ex-presidente retirar sua inelegibilidade em 2026
Em um movimento estratégico, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), conseguiu atrair apoio tanto do PT quanto de Jair Bolsonaro ao incluir a proposta de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 nas negociações pela sucessão no Congresso. Com eleições internas marcadas para fevereiro, a medida de Lira visa fortalecer a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) para sucedê-lo, aproximando o PL, partido de Bolsonaro, e uma ala do PT, de acordo com a Folha de S. Paulo.
Na terça-feira (29), Lira transferiu o projeto da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para uma comissão especial, adiando a votação e ganhando tempo para solidificar o apoio bipartidário. Nos bastidores, há ainda a possibilidade de inclusão de uma emenda que poderia reverter a inelegibilidade de Bolsonaro, permitindo que ele dispute as eleições presidenciais em 2026.
Enquanto o PL já sinalizou apoio a Motta na Câmara e a Davi Alcolumbre no Senado, setores da esquerda se dividem sobre a estratégia de Lira. Enquanto alguns enxergam a anistia como um movimento que poderia beneficiar Lula ao enfrentar Bolsonaro nas urnas, outros suspeitam de uma manobra que fortaleça os bolsonaristas.
A anistia é uma das pautas mais urgentes para Bolsonaro, declarado inelegível pelo TSE até 2030 e enfrentando diversas investigações, incluindo suspeitas de envolvimento em escândalos de joias e falsificação de certificados de vacina.
