Lula dá sinais de que pode abandonar o apoio a Boulos para evitar uma derrota para Tarcísio
Guilherme Boulos (PSOL) tenta manter a tranquilidade ao minimizar a ausência de Lula nos eventos de campanha deste sábado (28), mas não dá para negar que esse é um golpe significativo. A falta do presidente mexe com a campanha de Boulos, que ainda não tem o segundo turno garantido.
Embora a esquerda geralmente tenha força suficiente para avançar para a fase final das eleições na capital paulista, as pesquisas mais recentes mostram um cenário incerto. Boulos enfrenta um empate técnico com Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB), o que deixa tudo no ar.
Lula, que havia prometido participar de dois grandes eventos nas periferias das zonas leste e sul, mudou os planos e decidiu estender sua viagem internacional para comparecer à posse da nova presidente do México. Isso cria uma lacuna para Boulos, que, mesmo com toda a exposição do presidente nas campanhas de 2022, ainda não conseguiu captar totalmente os votos de Lula.
Os números do Datafolha indicam que 18% dos eleitores de Lula preferem Nunes, o que demonstra que nem todos estão focados na tradicional polarização entre direita e esquerda. Muitos estão mais preocupados com questões práticas e urgentes, como o estado das ruas, creches e a falta de vagas nos hospitais.
A presença física de Lula nas periferias teria sido crucial para convencer eleitores indecisos, especialmente as mulheres, que tendem a definir seu voto na última hora. Lula ainda promete aparecer, mas, com a mudança dos planos, a dúvida paira sobre o impacto real disso na reta final.