
Lula enfrenta onda crescente de rejeição, aponta Datafolha e Ipec
Nas últimas pesquisas, a desaprovação do presidente atinge níveis mais altos, refletindo desgaste diante dos brasileiros em meio a escândalos e desafios do terceiro mandato
A imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sofrido uma queda acentuada nas pesquisas de opinião. Levantamentos recentes divulgados na quinta-feira, 12 de junho, pelos institutos Datafolha e Ipsos-Ipec mostram que a rejeição à sua gestão continua em alta, mostrando um desgaste visível no terceiro mandato do petista.
Segundo o Datafolha, a desaprovação de Lula subiu para 40%, uma leve alta em relação ao mês anterior, quando estava em 38%. Já a pesquisa do Ipsos-Ipec traz um índice ainda mais preocupante: 55% dos brasileiros entrevistados afirmam não aprovar o modo como Lula conduz o país.
Esse desgaste acontece em meio a diversos percalços do governo, como o recente escândalo envolvendo fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Embora essas irregularidades tenham começado na gestão anterior de Jair Bolsonaro, o episódio acabou explodindo sob a administração Lula, jogando ainda mais sombra sobre seu governo.
A pesquisa do Datafolha também mostra que, enquanto 40% avaliam a gestão como ruim ou péssima, 31% consideram regular e apenas 28% dão uma avaliação positiva, classificando o governo como ótimo ou bom — uma queda em comparação ao último levantamento. Quando questionados de forma direta sobre a aprovação, 50% dos entrevistados desaprovam o trabalho do presidente, enquanto 46% ainda aprovam, e 3% preferiram não opinar.
No levantamento do Ipsos-Ipec, os números são similares. A avaliação negativa do governo subiu para 43%, e apenas 25% o consideram bom ou ótimo. Para 29%, o desempenho de Lula é regular, e 2% não souberam ou não responderam.
Os dados também revelam um quadro dividido entre diferentes grupos da população. Quem votou em Lula no segundo turno de 2022 ainda mantém a maior aprovação (53%), assim como os moradores do Nordeste (38%), os menos escolarizados, e os que recebem até um salário mínimo. Já os maiores críticos são eleitores de Jair Bolsonaro (75% de rejeição), pessoas com renda superior a cinco salários mínimos, os mais instruídos e a comunidade evangélica (50% de desaprovação).
Preocupado com essa rejeição entre os evangélicos, o PT lançou em maio o curso “Fé e Democracia para a Militância Evangélica Brasileira”, uma tentativa clara de se aproximar desse público tradicionalmente resistente à esquerda.
Em resumo, as pesquisas mais recentes mostram que o governo Lula enfrenta um momento turbulento, com índices de desaprovação crescendo e poucos sinais de recuperação no horizonte.