
Lula volta ao G7 com o histórico de discursos ignorados e promessas frustradas
Subtítulo: Presidente embarca para sua 9ª cúpula do grupo mais poderoso do planeta, onde tem feito críticas e propostas sem eco
Ao longo das suas oito participações anteriores nas reuniões do G7, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido presença constante — mas nem sempre bem ouvido. Embora tenha usado esses encontros como palanque para cobrar mais protagonismo dos países ricos nas soluções para as desigualdades globais, suas falas costumam ser recebidas com silêncio educado e poucos resultados práticos.
Nesta segunda-feira (16.jun), Lula embarca para sua nona participação na cúpula do G7, agora na 51ª edição do evento, onde novamente dividirá espaço com líderes das maiores economias do mundo. São países que, embora falem muito em cooperação, têm dificuldade em acolher as sugestões que vêm do Sul Global.
Desde que voltou à presidência, Lula voltou a apostar nesse tipo de diplomacia, insistindo em temas como a reforma de instituições multilaterais, a responsabilidade dos países desenvolvidos no combate à mudança climática e o fim das guerras — especialmente a da Ucrânia. Mas, em vez de aplausos ou apoio prático, o que costuma encontrar são promessas vagas e mudanças que não saem do papel.
A cada nova viagem, o presidente repete o mesmo tom crítico: diz que o G7 é um clube fechado, dominado por interesses das nações mais ricas, pouco aberto ao diálogo real com países em desenvolvimento. Ainda assim, Lula segue tentando furar essa bolha, talvez com a esperança de que, uma hora, escutem.
Agora, em 2025, ele chega à cúpula com o mesmo entusiasmo de antes — e o mesmo risco de sair com mais palavras do que ações concretas.